"Há muito tempo que não tínhamos alguém no Estado português que fizesse as coisas com tamanha perfeição"
Manuel Tavares, diretor FC Porto Media e comentador habitual do Porto Canal, entende que a forma como o presidente da república, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou o ato de promulgação do orçamento de estado mostrou que se trata “de alguém que se quer sentir um entre os demais”.
Para o comentador esta foi uma maneira diferente dos últimos anos, quer na escolha da hora que reflete que este “não se quer intrometer na vida dos portugueses”, quer na forma como apresenta a promulgação “por um lado os portugueses têm de saber com o que contam, por outro lado não encontrou nenhuma norma que violasse a constituição”.
Marcelo Rebelo de Sousa ao considerar o Orçamento como “inspirador” e ao dizer que “tem em conta questões sociais importantes” demonstra, afirma o comentador, a “esperança que tem neste Orçamento do Estado”. Porém, essa expetativa não influencia o rigor exigido, que para Manuel Tavares se reflete no facto do Presidente da República “lembrar do ponto de vista internacional que as contas que se fazem ao crescimento da economia são volúveis e que há um conjunto de expetativas internas de receitas e despesas de estado que só face a uma execução orçamental muito rigorosa é que poderão ser satisfeitas”.
Questionado sobre se este tipo de discurso poderá ser um problema para a oposição, o comentador entende que “levanta um problema sobretudo para Pedro Passos Coelho, uma vez que este veio dizer que lamentava que o Orçamento tinha sido aprovado à custa do aumento do consumo interno”. No entanto, considera que “toda a forma como Marcelo Rebelo de Sousa montou a sua candidatura à Presidência da República faz com que possa olhar para este Orçamento sem os olhos do PSD”.
Em jeito de conclusão, Manuel Tavares acredita que a forma como a execução orçamental vai ser efetuada “vai depender das reformas para contrabalançar as despesas que foram criadas para acorrer a necessidade sociais e do pacto de estabilidade apresentado em Bruxelas”.