"Lula da Silva pode estar associado ao maior escândalo de corrupção do Brasil"
João Pacheco Miranda acredita que a situação do Brasil “tem vindo a degradar-se progressivamente” e que a qualquer momento pode mesmo “implodir”. Para o jornalista, as escutas entre Dilma Rosseff e Lula da Silva são “o maior escândalo de corrupção do Brasil”.
O ‘caos’ está instalado no país, sobretudo depois de as escutas parecerem indicar que Dilma Rosseff, Presidente do Brasil, nomeou Lula da Silva como Ministro da Casa Civil para evitar que este fosse condenado a prisão preventiva ou com o intuito de alterar o foro judicial competente. O povo está “cansado” e o Governo está “em perfeita agonia”, prestes a “implodir”.
“Dilma Rosseff chama para o centro do poder Lula da Silva, um pouco para abdicar ela do seu mandato (…) Lula no centro do poder, não só alivia a Presidente de uma popularidade ‘nas ruas da amargura’”, como poderá ser, como articulador político que é, um impulsionador para a reaproximação do principal partido da coligação, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), explicou.
Durante a entrevista no Jornal Diário do Porto Canal, esta quinta-feira, João Miranda realça ainda que o tem acontecido no Brasil vem pôr em causa mais uma vez a credibilidade dos políticos, nomeadamente a do Ex-Presidente do Brasil, por quem milhares de brasileiros depositavam confiança.
“Para quem acreditou, num homem que dizia que ‘a esperança vencia o medo’, um homem que falava em ética e moralidade, dessas palavras bonitas, só resta, praticamente, uma associação à sujidade e ao maior escândalo de corrupção do Brasil”, salientou.
No entanto, Lula da Silva continua impedido de exercer funções no Governo, uma vez que, depois de a decisão do juiz Catta Neto, de suspender a tomada de posse do Ex- Presidente, ter sido anulada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª região, um novo pedido foi aceite no Rio de Janeiro. O jornalista acredita que a gravação revelada, esta quinta-feira, poderá ter “viabilidade” e caso se venha a comprovar “um crime de responsabilidade” as autoridades podem avançar com uma destituição do Governo e neste caso de Dilma Rosseff.
A menos de cinco meses para os Jogos Olímpicos, o Brasil enfrenta um clima de grande ’tensão’. Questionado sobre as implicações que estes conflitos políticos e manifestações possam ter neste evento desportivo, João Pacheco Miranda equipara os brasileiros aos portugueses: “ninguém se lembrará de nada durante aquele mês”, só depois é que “retomam o combate político”, conclui.