“Não basta dizer que o Estado recomprou 50% da TAP”

Rui Moreira reúne-se, esta quarta-feira, com António Costa em Lisboa. O autarca quer ter o Primeiro-Ministro como aliado na controversa situação da redução de voos da TAP a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro. O Diretor-Geral da FC Porto Media salienta que independentemente da solução encontrada, “teremos uma guerra política” referindo que depois é esperar pela reação “das forças económicas e sociais da região” a todo este processo. “Que o Estado não faça bem é mau, mas que não faça bem e queira passar por fazer bem, isso é que é intolerável para nós”, explica.

A autarquia do Porto teve acesso aos relatórios de contas dos últimos oito anos da Portugália e apurou que a companhia não teve prejuízos nos quatro voos que operava, como tinha alegado a TAP para justificar o seu cancelamento. “ Trata-se de uma operação de passagem de uma área comercial do mercado português para a White”, refere Manuel Tavares relembrando que o Estado recomprou 50% da TAP, mas “não recomprou uma espécie de subconcessão à White”, resultante do “aniquilamento da Portugália em janeiro de 2016”. Ou seja, esta companhia aérea 100% privada, onde vão “operar as linhas da Portugália internas e provavelmente as europeias de curto trajeto, não tem nem ações nem administrador”. “Temos portanto uma operação que aparentemente seria a favor do bem público, mas que “neste caso dificilmente resultará para uma parte dos portugueses”, aqueles que utilizam o Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Esta é uma operação que não contempla “o facto de o Porto ser e querer continuar a ser um polo do noroeste peninsular” e que acaba com todo o trabalho realizado pela Portugália na região.