"Não é um discurso novo e põe tudo na mão dos partidos"

"Há boas razões para adiantar uma semana ou duas, pois há indícios de um mosaico complexo, o tempo para formar Governo provavelmente será extenso e ainda tem que se preparar o orçamento do próximo ano, e provável rectificar o deste ano", afirma José Mendes.

Na opinião de José Mendes, vice-reitor da Universidade do Minho, a data das legislativas deveria ser mais cedo.

"Há um argumento muito usado 'ainda há pessoas de férias' que podiam votar (...) o problema do dia 4, é o discurso do dia 5, (Dia da Implantação da República) mas o presidente vai aproveitar como última oportunidade para discursar, de dar as suas opiniões e conselhos".

Quanto à vontade de Cavaco que haja uma maioria absoluta ou então em alternativa que haja coligações entre partidos, Jaime Mendes mostra-se reticente.

"Não é um discurso novo e põe tudo na mão dos partidos. As coligações devem ser feitas conforme as vontade dos partidos. O discurso acontece fora de tempo após a votação dos portugueses é que se fala de arranjos eleitorais, da tal maioria se for necessário", afirma o vice-reitor.

Afirmando que a legislatura foi marcada por vários desentendimentos, José Mendes enumerou vários episódios dos últimos quatro anos e salientou a tentativa de aproximação.

"Assim não fez o PSD que só após a demissão de Vítor Gaspar e a trapalhada de Portas, o CDS E PSD começaram a lançar uma apelo ao PS, que viu que as coisas estavam demasiado estremadas e remeteu-se ao silêncio não respondendo ao apelo"