O politólogo Pedro Mendes, afirma que o problema da Grécia é que “o caminho está a chegar ao fim”. Segunda-feira termina o prazo para o país repor uma tranche ao FMI e por isso havia muita expectativa na reunião desta quinta-feira do Eurogrupo.

No entanto, “as posições são muito extremadas. Há aqui um problema político, uma visão política que é diferente, que é a da Grécia e a visão dos credores, digamos a visão da Alemanha”, afirma Pedro Mendes.

O politólogo recorda ainda que a Alemanha quer que a Grécia cumpra um programa de 2010, mas que entretanto houve eleições: “foi um governo que foi eleito contra estas políticas”.

Pedro Mendes fala ainda dos dois lados da questão: “por um lado temos o problema da dívida soberana e da Grécia, que é o caso mais complexo. Por outro lado, o próprio problema da Europa”. O politólogo considera que se os gregos saírem da União Europeia “será um problema muito grave para a Europa do ponto de vista da sua construção política”.

Quanto ao perigo de “contágio” para Portugal, o politólogo diz que a ideia do Primeiro-Ministro de que o país não poderá ser afectado é “um conto de crianças”. Apesar de a situação de Portugal estar controlada, o perigo existe, afirma Pedro Mendes: “é um pouco ingénuo pensar que se a Grécia sair tudo se resolve”.