Miguel Guedes: “Investigação a casa de Montenegro tem sido mantida em lume brando propositadamente”

Miguel Guedes acredita que a investigação à casa em Espinho de Luís Montenegro tem sido mantida em “lume brando” propositadamente.

No último “Ponto de Fuga” de 2023, o comentador do Porto Canal Miguel Guedes afirmou que “era uma questão de tempo” até se falar das alegadas suspeitas de benefícios fiscais do presidente do PSD. “Mas este tempo pré-eleitoral é significativo, que nos deve deixar a todos bastante inquietos. Vai ser assim com todos os responsáveis políticos até ao momento das eleições. Estamos a falar de uma denúncia anónima”.

“Este timing é muito estranho”, continuou Miguel Guedes. Quem tem interesse que Luís Montenegro seja investigado dois meses antes das eleições? O tempo contará as histórias de alguns serviçais”, concluiu.

O projeto de arquitetura da casa de Luís Montenegro, na rua 8, em Espinho, foi aprovado dois meses após o requerimento de abertura do processo de licenciamento, segundo documentos consultados pelo Porto Canal. A aprovação do licenciamento, incluindo projetos de especialidades, e a emissão do alvará de construção chegariam quatro e cinco meses depois, respetivamente.

A casa de Luís Montenegro, em Espinho, tem suscitado diversas interrogações. Uma investigação jornalística do semanário Expresso, em Maio, revelava que Montenegro não tinha declarado ao Tribunal Constitucional o valor da casa, com seis pisos, 800 m2, elevador e oito casas de banho. Em Agosto, a Sábado adensava as suspeitas: segundo a revista, o líder do PSD terá obtido benefícios fiscais relativos à reabilitação do imóvel, que afinal demoliu integralmente. Ao todo, a poupança rondará os 100 mil euros.

Terá sido esta última suspeita a suscitar a abertura de um inquérito pelo Ministério Público. Foi a própria Procuradoria-Geral da República a confirmar, na tarde desta sexta-feira, a abertura do procedimento: “Confirma-se a existência de inquérito que teve origem em denúncia anónima. O inquérito é dirigido pelo Ministério Público do DIAP Regional do Porto, encontra-se sujeito a segredo de justiça e não tem arguidos constituídos.”