“Os bancos, enfim, têm contribuído enormemente para o estado, digamos, de descalabro das contas públicas"
Jorge Sequeira além de salientar o bom trabalho da equipa nacional feminina de futebol, trata o assunto dos bancos portugueses com humor e boa-disposição, afirmando que o salários milionários não o chocam desde que acompanhados de resultados e acrescenta que a declaração de rendimentos é necessária quando não se tem nada a esconder.
Jorge Sequeira dá inicio ao seu comentário felicitando a equipa nacional de futebol feminino pela apuramento, pela primeira vez, para o campeonato europeu, comparando a autoria do único golo português com o “herói” do europeu 2016, Éder.
“Esta Andreia Norton, ela que marcou o golo, fica também na história, digamos que é a nossa Éderzita feminina”, brinca Sequeira.
O comentador afirma a impossibilidade de falar de bancos, dizendo que são um contributo para a desgraça económica do país, complementando que os altos salários dos bancos, sejam públicos ou privados, não o chocam, salientando que a diferença é a saída ou não do seu dinheiro e de todos os portugueses para esses salários num dos casos.
“Os bancos, enfim, têm contribuído enormemente para o estado, digamos, de descalabro, de ruína e de descrédito que o nosso país tem tido em termos de contas públicas (…) O privado, tem um problema, eles podem pagar o que quiserem porque não é com o meu dinheiro nem com a maior parte dos portugueses; o dinheiro que pagam aos administradores da Caixa é com o dinheiro de todos nós”, diz Jorge Sequeira.
Reforça a temática dos salários dizendo que não deve haver limites, desde que este seja justificado com bons resultados, com o retorno, apesar de salientar que duvida que estes administradores consigam o retorno.
“Não deve haver limite, se o trabalho que eles desempenham provocar, digamos, resultados assinaláveis até se podia pagar um milhão (…) depende do retorno que ele tem, mas eu tenho dúvidas que o retorno que estes super, super administradores vão conseguir”, afirma o comentador.
Jorge Sequeira ainda foca o assunto da declaração de rendimentos, dizendo que quem tem receio de mostrar, tem algo a esconder. Ou seja, diz que se estes administradores não têm nada a temer, não se importam de mostrar os seus rendimentos, mesmo que muito elevados.
“A mulher de César não basta ser séria, tem de parecer séria”, brinca Sequeira, acrescentado ainda que “quando alguém tem receio ou se recusa a demonstrar os seus rendimentos, é natural que nós nos interroguemos, porque será?”, complementa Jorge Sequeira.
Admite que sendo a Caixa Geral de Depósitos o maior banco português não poderia dar salários “Low Cost” aos seus administradores, no entanto, dá responsabilidades aos bancos, nomeadamente aos seus cargos mais altos, pela crise em que Portugal se encontra.
“É importante responsabiliza-los porque o que aconteceu na Banca e a crise que estamos a viver, que começou em 2008, é que os bancos estavam falidos, as pessoas perderam dinheiro, as pessoas perderam a casa e os Big Bosses eram remunerados brutalmente, isto é de indignar qualquer português”, acrescenta o comentador.