A Comissão Europeia avisa que as sanções a Portugal podem vir a depender do resultado do Orçamento do Estado. O comentador Rui Santos, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, disse ao Porto Canal que esta decisão é “uma chantagem de uma estrutura burocrática e anti-democrática” mas que Portugal acabará “por não ser sancionado.”

Está a decorrer uma análise a Portugal e a Espanha que está dependente dos Orçamentos de Estado apresentados até ao final da semana e que poderá levar à suspensão dos fundos do Estado.

“Como é que é possível alguém vir-se pronunciar sobre uma questão que tem a ver com o presente e com o futuro, ameaçando sanções que têm a ver com a execução do passado. É uma extrapolação daquilo que são os poderes, as competências e ação da comissão europeia. Porque Portugal terá ou não sanções, terá ou não congelamentos, neste caso, dos fundos comunitários em função daquilo que foi o orçamento de 2015. Nada tem a ver com o orçamento de 2016. E não terá rigorosamente nada a ver com o orçamento de 2017. Eu acho que é uma chantagem de uma estrutura burocrática e anti-democrática e que fará jeito à família política para controlar ideologicamente a Europa”, questiona Rui Santos na “Opinião dos Autarcas” do Porto Canal.

Sobre as eventuais sanções que Portugal possa vir a sofrer e sobre a eventual suspensão de fundos, Rui Santos, confessa acreditar que estas questões serão “apenas para esgrimir politicamente, quer em Bruxelas, quer na política interna de cada um dos países.” Mas acrescenta que inevitavelmente Portugal acabará “por não ser sancionado.”