Manuel Tavares, comentador do Porto Canal, referiu-se à polémica do Município de Chaves querer separar a Área Metropolitana do Porto da zona Norte, como um ‘Brexit’. O comentador espera que a zona do Interior não pondere “falar com Lisboa e não com o Porto”.

No que concerne à polémica da Área Metropolitana do Porto (AMP) e ao Município de Chaves, Manuel Tavares afirma que “não está a ver a área metropolitana (…) a olhar além dos seus próprios interesses”. O Município de Chaves considera que “a AMP canibaliza os fundos comunitários, impedindo uma verdadeira convergência do desenvolvimento regional” e o comentador espera, por isso, que não haja “um Brexit à moda do Norte”.

Questionado acerca dos fundos comunitários que a cidade do Porto usufrui, Manuel Tavares comentou, esta segunda-feira à noite, que o Porto recebe mais fundos europeus “por ter o Hospital de São João, o Hospital de Santo António e a Universidade”. O comentador do Porto Canal admitiu que a cidade do Porto “tem mais fundos europeus que todo o Alto Douro e Trás-os-Montes juntos”, por esse motivo. O Diretor do FC Porto Media refere que o Porto, ao seu redor, tem um conjunto de municípios com muita gente e, isso impulsiona de igual forma os fundos europeus que recebe.

“É neste contexto que o Porto, município, recebe fundo europeus. Senão, não os receberia”, refere o comentador. Manuel Tavares diz ainda que “o Porto vai ter de ter cuidado na gestão desta situação”, porque considera péssimo que um dia o interior “ache que vale mais a pena falar com Lisboa e não com o Porto”. O comentador considera que o Porto deve olhar para a situação dos fundos comunitários com “uma visão política, que tem de ir além da visão da própria Câmara do Porto”.

Tavares realça ainda que “o Porto como cabeça de região teve um desenvolvimento fantástico” e que “todos conhecemos a atração que hoje o Porto é do ponto de vista turístico”. No entanto, o jornalista ressalva que “daqui para a frente o próprio exercício de expansão desta cabeça de cartaz passa por outras pequenas cabeças de cartaz, que estão Douro acima e no Interior”.