'Abafar' a "possível realidade da iminência da falência do Deutsche Bank" pode estar na origem das possíveis sanções a Portugal
Desviar as atenções de "problemas maiores" como o problema "gravíssimo" da Alemanha, com a possibilidade de "falência do Deutsche Bank" pode estar na origem da necessidade de se falar em sanções a Portugal e Espanha, afirma a economista Helena Cristina Abreu ao Porto Canal.
Para a economista a carta enviada à Comissão Europeia por António Costa, onde o Governo português lembra o período de dificuldades e reforça o compromisso em fechar 2016 abaixo da meta do défice, deveria "ser suficiente" e que falar de sanções a Portugal "é inaceitável".
O terrorismo, a falta de segurança, o 'Brexit', a subidade de popularidade de partidos radicais na Europa, são temas que, para a professora, deveriam ser "as prioridades" para uma análise e debate profundo "no contexto atual" visto que as dívidas soberanas são um "mal menor", até que França e Itália "também não cumprem o défice" e "não se houve a falar de sanções".
A economista salienta que existe "um contraditório" na aplicação de sanções já que o período em análise é entre 2011 e 2014, período esse em que Portugal aplicava medidas da Troika, em que até foram "dados os parabéns" a Portugal pela implementação dessas mesmas medidas, isto é, "os mesmos que deram a solução querem aplicar sanções". Na mesma linha de pensamento a economista afirma que "parece que a Comissão Europeia quer condicionar as políticas que este Governo quer adotar" e assim "retirar a soberania na condução do país".