Contra tudo e contra todos a vitória de Portugal “ foi um feito extraordinário”
“Foi um feito extraordinário, porque contra as probabilidades, contra aquilo que seria normal, os portugueses conseguiram vencer”, afirmou Pedro Arroja.
No início da conversa, o comentador referiu que, há cerca de cinco semanas referiu que, de acordo com as probabilidades, Portugal estava ‘longe’ de conseguir o título europeu.
“Há cerca de cinco semanas eu tinha dito, baseado na teoria das probabilidades que, os favoritos era os cinco grandes países da Europa Ocidental: Alemanha, Itália, Espanha, Inglaterra e a França e, que Portugal só vinha depois, portanto não era um favorito”, disse Arroja acrescentando que, “isso só valoriza ainda mais a vitória portuguesa”. “Portugal era chamado ‘Under Dog’, mesmo nesta final em que, o favoritismo dependia, claramente para França”, sublinhou.
Apesar de Portugal não ter realizado um bom campeonato na fase de apuramentos, segundo opiniões, o economista defende que Portugal demonstrou eficácia nas ’táticas’ usadas.
“Diz-se que, não foi um futebol bonito que os portugueses praticaram ao longo do campeonato. Talvez não tenha sido mas, foi um futebol extremamente eficaz. Quando foi preciso marcar golos, os portugueses estiveram lá para marcar um golo que era, normalmente, o golo decisivo.”, disse.
Pedro Arroja durante a entrevista mostrou-se muito satisfeito com o resultado e, na opinião do comentador, não foram só os portugueses que ficaram contentes com a vitória de Portugal.
“Estou muito contente” aliás “todos os portugueses estão muito contentes”, declarou, explicando que, “se nós aqui, em Portugal, estamos contentes, os nossos emigrantes por todo o mundo e, especialmente, em França, estão super contentes. Eles vivem estes acontecimentos com uma intensidade muito superior à nossa, porque nós temos Portugal todos os dias e eles não têm Portugal todos os dias”.
Segundo Arroja, a vitória portuguesa também aumenta-lhes, de certa forma, a auto-estima.
“As coisas estão a mudar mas, são pessoas modestas com qualificações não muito elevadas, empregos frequentemente humildes na escala social e, portanto, este acontecimento, esta vitória aumenta-lhes o ego, e valoriza-os”, mencionou.
O economista afirmou que Portugal e os portugueses são desvalorizados pelos franceses e pelos povos do norte da Europa mas que, com a seleção como campeã europeia “aprenderam a lição” e que, o valor dado aos franceses pela imprensa deixou-os mal.
“Os franceses e o povos do norte da Europa desapreciam países como Portugal e os portugueses (…) e, desta vez, aprenderam a lição. De toda a imprensa ter dado o favoritismo a França, saiu-lhes mal desta vez”, proferiu.
Durante a entrevista, o comentador referiu que a França eliminou Portugal duas vezes no campeonato da Europa mas, no domingo a seleção portuguesa arranjou forma de mudar a ‘história’. E no final, agradeceu a toda a equipa que acompanhou Portugal no Campeonato Europeu.
“A França já nos tinha eliminado duas vezes, no campeonato da Europa. Nós não ganhamos à França há 41 anos mas ganhamos ontem, ponto final, parágrafo. Está ganho, uma grande vitória”, assegurou felicitando toda a equipa: “Muito parabéns aos jogadores, à equipa técnica, à equipa federativa e a todos os portugueses e, especialmente, aos emigrantes, em particular, aos emigrantes portugueses em França.”
Em conclusão, Arroja disse que Portugal tem uma má imagem devido aos políticos e compara-a à da Grécia mas que, a vitória demonstrou que no futebol os portugueses são bons e isso veio atenua a imagem portuguesa para o exterior.
“Portugal tem uma má imagem. Quando Portugal funciona em democracia, a história, infelizmente é esta. Os nosso políticos passam uma péssima imagem de Portugal. Portugal acaba, a semana passada, de ser submetido a sanções e por isso, somos incumpridores na UE. A nossa imagem que passamos é semelhante à Grécia, uma imagem má: incumpridores, corruptos, desgovernados, caloteiros e, por aí adiante.”, disse.
“Pelo menos bons jogadores no futebol somos e, ganhamos com mérito e cumprindo as regras. Tanto mais que, na mesma semana em que Portugal se torna campeã europeia. Portanto, a nossa imagem externa melhor, de alguma maneira, sem dúvida.”, concluiu o comentador.