"Ninguém consegue governar a sua casa, a sua empresa, o seu país de porta aberta"

"Ninguém consegue governar a sua casa, a sua empresa, o seu país de porta aberta, onde entra quem quer, onde entra tudo aquilo que se quer", disse, segunda-feira à noite, Pedro Arroja, comentador do Porto Canal. Segundo o economista, a maior preocupação dos Ingleses era a imigração no seu país.

Pedro Arroja mostra-se satisfeito com a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e pensa que atitude que levou o povo Inglês ao voto pelo 'Brexit' foi a preocupação com a imigração.

"Fiquei satisfeito, se estivesse lá, teria votado também pela saída. Penso que a preocupação dominante que levou ao voto pelo brexit, foi uma preocupação protecionista, uma atitude protecionista para se defenderem da imigração descontrolada que acorre ao Reino Unido. Não só aquela que tem origem na UE, dos refugiados e ainda de todos os países da Commonwealth", afirma Pedro Arroja.

"A economia do Reino Unido, refletindo aquela cultura Anglo-saxônica e mais ainda a economia Americana que deriva também da cultura Anglo-saxônica, são máquinas extraordinárias de oportunidades de emprego, evidentemente as pessoas vão a procura de oportunidades de trabalho. Quem esta do lado de lá ao ver o seu país cheio de pessoas, milhares e milhares a concorrerem com os locais, as vezes a causarem problemas de natureza étnica, hoje em dia o presidente da câmara de londres é de cultura muçulmana... de facto é difícil", completa o economista.

Com isto Pedro Arroja aproveita para fazer um apontamento à situação Portuguesa e refere um dos problemas na nossa nação.

"Os Ingleses chegaram à conclusão, e bem, que não se pode governar de porta aberta. Tal como nós não nos podemos governar de porta aberta. Tudo o que é estrangeiros nós queremos e é isso que tem provocado a situação económica em que nos encontramos", explica o comentador.

O professor refere-se também às consequências positivas, na sua opinião, que o 'Brexit' pode trazer para a Europa e para Portugal.

"Há já países como a Itália onde se pede um referendo ao euro, um pedido de referendo ao euro é uma ameaça para o euro, a possibilidade da Itália sair garantirá que nós sairemos logo a seguir, porque por nossa iniciativa nós não saímos de coisa nenhuma. Andamos arrastados atrás dos outros, se a Itália fizer um referendo ao euro e a decisão for 'sair', pode estar certo que nós vamos logo, também, a seguir. E isso seria muito bom. Aí está uma boa consequência desta decisão do Reino Unido. Fez repensar a Europa, coisas que se andaram a construir e que são más. Uma delas é o euro, para nós, para os Italianos, para os Gregos , para os Espanhóis. E nós não conseguimos resolver os nossos problemas enquanto o euro for a moeda vigente em portugal", remata Arroja.