“PSD pôs uma cortina de fumo para confundir a opinião publica relativamente a estes feitos”
Guilherme Pinto afirma que o PSD está a tentar influenciar os portugueses a desviarem as atenções do partido na venda do Banif. O Presidente da Câmara de Matosinhos crescenta ainda que os contornos da venda do banco insular não foram da responsabilidade do atual Governo.
O caso da venda do Banif tem chamado responsabilidades para o seu desfecho. Mário Centeno, acusado pelo PSD, nega na sua segunda audição do inquérito parlamentar que tenha actuado no caso para facilitar a alienação ao Santander Totta. A acrescentar a esta acusação, a Comissão Europeia também foi chamada a responder, negando igualmente qualquer acusação. Carlos Costa, Governador do Banco de Portugal levanta também suspeitas neste caso por não revelar ao Ministro das Finanças informações dadas ao BCE.
O presidente da Câmara de Matosinhos, em entrevista ao Porto Canal, afirma que as declarações do Ministro das finanças “ são plausíveis e não são contraditórias". Na sequência desta acusação, o autarca defende que “o anterior Governo pode até não ter culpa do desfecho do Banif mas imputar culpas ao atual Governo não parece sério”, uma vez que, no seu ponto de vista, o atual Governo chegou ao poder e o problema já existia. Relativamente às responsabilidades na venda do banco português ao Santander, o autarca tem uma opinião formada: “PSD pôs uma cortina de fumo para confundir a opinião publica relativamente a estes feitos”, realçando que o PSD quer desviar as atenções das suas responsabilidades na venda do Banif.
Para além do PSD, Guilherme Pinto não esqueceu o papel de Bruxelas na venda. Há cerca de um mês, a Comissão Europeia defendeu-se das críticas de que terá forçado a resolução no caso do Banif, com o seu vice-presidente a garantir que a Comissão “não impõe soluções” sobre os Estados-membros no que diz respeito a bancos em dificuldade”. Em contraposição, o Presidente ressalta a pressão de Bruxelas em Portugal: “Ha que tentar criar, junto de outros parceiros, uma convicção de que Bruxelas tem de ser menos dogmática”, remata o presidente.
O Bloco de Esquerda pediu a demissão de Carlos Costa pela sua “falha grave” ao não dar a conhecer ao Ministro das Finanças as informações transmitidas ao BCE. Apesar disto, António Costa não quis tomar uma posição, porque, segundo o autarca “o PS está a agir com prudência para evitar uma crise nas instituições portuguesas”, defende.