Portugal é a segunda Seleção do Euro 2016 com jogadores cuja média de altura é a segunda mais baixa do torneio, pouco superior a 1,80m, logo atrás de Espanha (1,79m). Inversamente, os nossos adversários nesta primeira fase (Islândia, Áustria e Hungria) são as três nações com a maior média de altura de todo o Campeonato da Europa. Somos pequeninos, pronto!

Já podemos fazer as malas e voltar ao país geometricamente retangular? Nada disso! Não sejamos quadrados! O lusitano gosta de ser pequenino! Um afamado dizer português, que nos acompanha desde a nossa infância, trata de nos lembrar ciclicamente que é de pequenino que se torce o pepino! E como, afinal, somos “pequeninos” neste Campeonato de Futebol só nos resta mesmo torcer… pelas Quinas!

Se a conquista do Europeu depender da nossa estatura, vamos passar despercebidos e chegaremos à final. Temos o vimaranense “Vieirinha”, o pequeno “Rafa” ou o avançado Luís Carlos Almeida da Cunha que responde dentro do campo por… “Nani”! Tudo muito minimalista. Discreto. Sem encher as medidas. O próprio Cristiano Ronaldo prefere o diminutivo “CR7”! E Renato Sanches chegou à fase final com apenas… uma convocatória no seu currículo. Chega! É bastante, até.

Somos pequeninos, pronto! Tal como os melhores perfumes franceses, cuja qualidade da fragrância é-nos certificada pela sua (reduzida) dimensão. E é bom que continuemos assim: pode ser que ninguém repare em nós! Até porque sempre fomos assim. Ontem, como hoje, já tivemos pequenos grandes nomes: Chalana, Eusébio, Futre, Frasco ou Rui Barros, o mais pequenino de todos.

Em 2016, na teoria, a Áustria parte como a equipa que mais dores de cabeça poderá causar a Portugal. Afinal, acabou a fase de grupos sem uma única derrota! A Islândia, que se estreia num Campeonato Europeu, “sobreviveu” ao grupo de República Checa, Holanda e Turquia. Já a Hungria, depois de vencer a Noruega no playoff de apuramento, está de regresso aos grandes palcos do futebol após uma ausência de 30 anos.

O Selecionador Fernando sabe que “Santos” da casa não fazem milagres. Mas também sabe que o título nos fugiu em 2004 e que tem em França o lar de uma das maiores comunidades portuguesas do mundo! E o mundo, como todos sabemos, é… pequeno!