Estreia de Portugal no Euro mais democrata de sempre!

13-06-2016 13:34:16 | Porto Canal
 
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Jorge Simão

Para quem esperava grandes novidades tácticas neste Euro 2016 os jogos entretanto realizados podem ser uma meia desilusão. Como se esperava, as equipas não estão dispostas a trocar a segurança das ideias pelo risco da inovação. Sempre defendi que, no futebol, é sempre possível inovar na forma de trabalhar as equipas, mas dificilmente o será num contexto de selecção durante a fase final de uma grande competição, onde o tempo para trabalhar é muito curto e nada compatível com a possibilidade de trazer coisas novas.

Por isso espero um Europeu sem grande novidades, embora com grandes espetáculos. Mas também admito que a competição realmente a doer possa começar apenas após os oitavos-de-final da competição. No Europeu mais participado da história pode justificar-se a presença de mais selecções do ponto de vista financeiro, mas é difícil de justificar com o argumento da competitividade do torneio. Não creio que o Euro 2016 seja mais competitivo do que as edições anteriores, já que esta fase inicial arrisca-se a ser apenas o aquecimento para a fase seguinte, a eliminar.

Contudo, aceito a decisão da UEFA e creio que ela tende a defender a disseminação do futebol e da sua importância entre as gerações mais novas, cujo potencial de distracção com outras ofertas é cada vez maior e mais tentador. Por outro lado, esta medida, defende o futebol e a importância social que deseja manter, embora com custos desportivos que podem causar um impacto negativo na qualidade dos espetáculos, numa fase inicial da competição.

Portugal vai estrear-se amanhã, frente à Islândia. Confesso que não disponho de muita informação sobre a selecção islandesa, embora não ignore que foi uma das principais atracções da fase de qualificação e que apostam num modelo de jogo onde a força, a energia e a resistência dos seus jogadores são peças fundamentais: vários dos seus jogadores actuam ou já actuaram em ligas muito competitivas como a inglesa e a alemã.

Será um jogo perigoso porque, por um lado a nossa selecção deve conviver com o estatuto de selecção favorita neste encontro e, por outro, todos estão à espera de uma confirmação do poder de Portugal depois da goleada sobre a Estónia. Esse resultado foi uma excelente massagem no ego nacional mas trouxe uma responsabilidade à nossa selecção que talvez fosse dispensável no arranque do Europeu.

Uma responsabilidade que pesa mais sobre os ombros de Ronaldo do que sobre os ombros de qualquer outro jogador. Se isso é um ponto forte ou fraco da selecção, só a competição é que nos trará respostas. Se for o Cristiano Ronaldo habitual, creio que será o alimento espiritual de toda uma equipa. Se for uma versão muito desgastada do nosso melhor jogador, então, creio, que a nossa selecção deve estar preparada para ajudar Ronaldo e não esperar que aconteça o contrário. Seja como for, é disso que toda a gente está à espera e que Ronaldo se apresente como um dos melhores do Mundo na maior competição de seleções da Europa. Uma responsabilidade que apenas os predestinados aceitam, acolhem e superam.

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