Ser eficaz e competitivo

05-07-2016 13:28:49 | Porto Canal
 
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Jorge Araújo

Ser eficaz e competitivo são temas bastante actuais no Europeu de futebol em curso. Mas para que uma seleção o consiga alcançar, implica que os seus jogadores estejam dispostos (preparados e habituados!) a saírem das suas zonas de conforto e mostrarem total disponibilidade para os sacrifícios e a superação necessários.

E atenção!

Sendo verdade que todos possuímos potencial quanto baste para sermos capazes de ir o mais longe possível a caminho da superação, só em alguns momentos (quase sempre de adversidade ou dificuldade) somos capazes de ir até onde não julgávamos possível, alcançando muitas vezes algo de inimaginável em condições normais.

O que significa que na vida em geral e no desporto de alto rendimento em particular, aprendemos cada dia que passa que, para haver superação, tem de existir pressão, exigência, aqui e ali, mesmo adversidade.

Perguntarão alguns leitores, porque razão é assim tão importante a superação.

Porque sem ela dificilmente alcançaremos o sucesso que buscamos perante uma concorrência cada vez mais preparada e competitiva. Quer a nível individual, ou colectivo, o objectivo que perseguimos de afirmação constante, exige que estejamos intensamente focados, empenhados e apaixonados por alcançar as metas a que nos propomos.

O que afinal muitos designam como atitude ganhadora, significa estar disponível para enfrentar o desconforto inerente a quem nunca está satisfeito com o que já alcançou e quer sempre mais.

Mas não haverá jamais superação em seleções sem uma liderança emocionalmente inteligente, no sentido de uma autoridade reconhecida, mais do que imposta e onde quem lidera seja um exemplo de coerência, competência, honestidade e de preocupação com os outros.

Liderar equipas de clube ou seleções nacionais, exige capacidade inspiradora que permita envolver tudo e todos com os objectivos colectivos a serem alcançados. Compatibilizando ambições individuais e colectivas, gerindo de modo correcto ao serviço do colectivo, as expectativas e as ambições individuais de cada um dos membros das suas equipas de trabalho. Um verdadeiro compromisso emocional entre dirigentes e dirigidos, onde existam interesses comuns, se complementem objectivos individuais e colectivos, se definam regras da vida colectiva (disciplina assumida) e tarefas, (o quê, quando, como). E principalmente existam retornos intrínsecos e extrínsecos, gestão das expectativas e distinção e reconhecimento quanto baste.

E de tudo isto tem sido capaz Fernando Santos!

A capacidade de superação que a seleção nacional cada vez mais vai evidenciando, depende acima de tudo de que o seu treinador consiga que os jogadores assumam como seus os desafios da seleção nacional.

O que tem sido até ao momento bem evidente e inclusive tem vindo em crescendo!

Mas para que o futebol português do futuro dê o salto qualitativo que todos ambicionamos, é imprescindível que também os seus dirigentes a nível da Federação e da Liga Profissional sejam capazes de conseguir essa profunda identificação nacional ao redor de uma Visão inspiradora e mobilizadora do futuro coletivo da modalidade.

E tal como Fernando Santos o está a conseguir com a seleção nacional, não basta que esses dirigentes se apresentem publicamente com a a simples verbalização de uma designada atitude ganhadora. É fundamental que percebam que, mais do que palavras, essa atitude ganhadora verbalizada seja complementada por atitudes e comportamentos perseverantes, evidenciando que gostam muito do que fazem, trabalhando arduamente e, acima de tudo, servindo, mais do que servindo-se.

Claro que não é fácil!

Mas acreditem que só com líderes desse tipo em termos globais o futebol português dará no futuro próximo o salto qualitativo que todos ambicionamos.

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