Finalmente, a equipa de todos nós!

26-06-2016 16:06:43 | Porto Canal
 
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Jorge Araújo

O jogo com a Croácia mostrou-nos finalmente a equipa de todos nós. E, claro, permitiu-nos sentir que é mesmo possível chegar à final e aí lutar pela concretização do objetivo de sermos campeões europeus.

Ao partir para este Europeu de futebol em França, com o objetivo de o vencer, Fernando Santos elevou as nossas expectativas. Daí a preocupação com que encarámos os resultados e as exibições no decurso dos jogos de qualificação e apuramento para os oitavos de final.

Impõe-se agora consolidar o caminho evolutivo até aqui evidenciado.

Mobilizados com um objetivo comum e com uma estratégia bem clara assente em não sofrer golos e em trabalhar em equipa até a exaustão, vimos uma equipa nacional disciplinada a ponto de vulgarizar no meio campo as estrelas croatas e de confirmar internacionalmente jovens jogadores criativos e autónomos muito para além de Ronaldo, Nani, Quaresma e Pepe.

Entretanto revelámos paixão quanto baste e acreditámos num todo maior que a soma das partes, conseguindo do primeiro ao último minuto deste jogo com a Croácia estar organizados, disciplinados, focados e alinhados. Aqui e ali, talvez pragmáticos demais. Mas a eficácia contida no resultado é demonstrativa que valeu a pena termos sido por vezes tão contidos e cautelosos.

Segundo Thomas Peters e Robert Watman no seu livro “Na senda da excelência”:

“Quando alguém se submete a um treino e preparação que o força a ultrapassar os limites da sua zona de conforto, tal só se compreende quando existe algo de importante para além disso e que conduz essa pessoa a sentir a importância de o fazer, (orgulho de pertença, necessidade de sobrevivência, etc.).”

“Mas em paralelo com isso, mesmo quando nessa situação, essa mesma pessoa sente uma enorme necessidade de se destacar individualmente.”

“Temos de abrir excepções à teoria tradicional da gestão de equipas. O modo como os seres humanos trabalham, individualmente e em grupo, exige-nos isso mesmo.”

“O gestor tem de moldar e formar os valores e ser como um treinador de uma equipa ou o evangelista religioso, ganhando e envolvendo tudo e todos para a excelência. Onde os valores da improvisação se sobreponham aos da previsão, se lute por oportunidades em vez de existirem restrições, se descubram novos modos de actuar em vez de preservar os antigos, se dê mais valor aos argumentos e disputas do que à serenidade, se encoraja a dúvida e a contradição em vez da crença na organização.”

O que demonstra que o interruptor do sucesso para esta nossa seleção nacional de futebol está longe de ser aquele que ao longo dos anos procuraram impingir-nos! Bem pelo contrário!

A realidade exterior, pela sua diversidade e constante mutação, requer jogadores autónomos e não propriamente “robots”! Exige que as expectativas individuais dos jogadores sejam respeitadas e lhes dêem retorno constante acerca do que estão a fazer bem ou mal. E acima de tudo que seja reconhecido de uma vez por todas que, no futuro, não será só por via do saber e das novas tecnologias que acontecerá a diferença para melhor. O que verdadeiramente distinguirá as equipas consideradas excelentes será a atitude comportamental!
Por fim, algo muito importante.

Para haver superação, tem de existir pressão, exigência, aqui e ali mesmo adversidade. Quase sempre, é na dificuldade que nos transcendemos na busca da concretização de determinados objectivos. Para que individual e colectivamente consigamos a devida superação, o meio ambiente que nos rodeia deve conter esses ingredientes fundamentais. O que aliás está bem expresso até ao momento na carreira desta nossa seleção nacional de futebol. Verdadeiramente, só se tem expressado de modo conforme com o potencial que possui quando “encostada à parede”.

Pois que assim seja!

E que o Fernando Santos cumpra com o que nos prometeu e regresse no próximo dia 11 de Julho consagrado como o treinador que proporcionou a Ronaldo o último troféu que lhe falta.

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