E que tal o Cristiano no banco!

19-06-2016 18:06:43 | Porto Canal
 
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Julio Magalhães

Os locutores, comentadores e afins que por estes dias invadem o espaço da rádio, das televisões e dos jornais todos carregados de blocos baixos, linhas juntas, extensões no campo, táticas rebuscadas, flancos, diagonais, posicionamentos, 4.3.3, 4.4.2, 5.4.1, triângulos e losangos, onzes e suplentes, que sabem tudo de futebol, e que antes dos jogos explicam as opções do selecionador, como se fossem suas e no fim viram a agulha e arrasam a equipa ou algum jogador em particular como que a dizerem que avisaram, ainda nenhum teve a coragem de dizer que por vezes fazia bem à seleção Cristiano Ronaldo começar no banco ou mesmo ser substituído durante o jogo.

Ávidos de verem o seu Renato Sanches a jogar, os do Benfica claro, ou de verem um meio campo que devia ser todo do Sporting, os do Sporting claro, no final dos 90 minutos toca a malhar no Danilo no Joao Moutinho ou mesmo no André Gomes para verem não a seleção mas os jogadores das suas cores.

A verdade e que frente a Islândia, Cristiano não existiu, e frente a Áustria o mesmo jogador fez 45 minutos deploráveis e na segunda parte falhou uma grande penalidade. Deste só sabem dizer que não esteve bem. Dos outros todos tem de sair e dar lugar aos seus interesses pessoais.

Não faria mal nenhum à seleção e ao próprio, Cristiano ter sido substituído frente a Islândia ou ter começado o o jogo com a Áustria no banco.

A seleção provavelmente jogaria melhor e Cristiano, provavelmente, aproveitaria com mais explosão 45 minutos de jogo o que seria bem melhor do que andar 90 minutos a arrastar se tentando recuperar motivação nos livres e nos pênaltis que ninguém mais pode bater.

Nos dois livres que usufruímos do lado direito a bola estava mesmo ao jeito da qualidade de Rafael Guerreiro. Ele bem se posicionou mas a estrela da seleção não deixou.

O nosso problema é que todos acham que Cristiano não pode sair porque a qualquer momento decide um jogo. Desse modo, andam todos os outros a correr, a meter o pé, a fazer jogo à espera que Cristiano Ronaldo invente qualquer coisa. Está ideia de futebol não existe em mais nenhuma outra. Cristiano é tão importante quanto os outros e o nosso futebol terá mais êxito ou poderá ambicionar um título europeu se for Cristiano a encaixar -se na equipa e não a equipa a ter de jogar sistematicamente em função dele.

No primeiro jogo não faltaram críticas a Danilo, Joao Moutinho , André Gomes ou mesmo a Joao Mario. No segundo ouvi alguns atirarem-se a Joao Moutinho quando até foi considerado o homem do jogo. Coragem para dizer que por vezes faria bem à seleção e seria mais difícil para o adversário Cristiano ficar no banco ou ser substituído isso ninguém o faz.

Não é por acaso que a imprensa internacional arrasou Cristiano Ronaldo. De facto não jogou nada bem nos dois encontros e mais do que isso não estava em condições psicológicas para marcar o pênalti. Mas isso é a imprensa internacional. A nossa verga-se ao óbvio e aos que não tem poder,nem lobies que os defendam. Correm, metem o pé, arriscam lesões graves e depois as críticas sobram sempre para eles.

Não está em causa Cristiano Ronaldo , um dos melhores jogadores do mundo. Está em causa uma ideia de futebol simples, longe da verborreia de uns quantos que pululam pelas televisões, pelas rádios e escrevem nos jornais e que fazem do futebol uma ciência tão difícil e tão complicada que no final o Ronaldo tem de jogar sempre, mesmo em sub rendimento porque a qualquer momento pode decidir um jogo. E aí do treinador que ponhas Cristiano Ronaldo no banco.

Nenhuma outra selecção é assim. A Franca, ao segundo jogo, deixou Pogba e Griezman de fora. E foi remédio santo.

Começamos todas as fases finais preocupados com a condição física de Cristiano Ronaldo, todos reconhecem que tem épocas longas e desgastantes, mas depois nunca sai nem nunca começa no banco.

Eles sabem porque não falam disso e não poupam os outros.

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