Fado Lusitano

16-06-2016 11:36:29 | Porto Canal
 
Partilhar
 
Partilhar
 
Imprimir

Bernardino Barros

É o nosso fado ou destino, somos o povo do tudo ou nada, tão depressa eufóricos como logo mais depressivos. Todos são elevados à categoria de deuses e a idolatria é geral, mas ao primeiro revés, todos são amarrados ao pelourinho. Porque não têm alma, são uns pernas de pau, uns vaidosos, recorrendo a refinadas teorias da conspiração, onde o “agente” é o denominador comum.

Para que não falte nada a este fado luso, nem as habituais carpideiras andam ausentes.

O mais grave é que somos, os adeptos, acusados de não gostar de futebol e gostar só dos clubes. Mas depois de ler e ouvir o que, desde o final do jogo, foi ladainha de muitos profissionais da língua viperina, com muita cera gasta no “funeral” de alguns jogadores, pior do que os adeptos, são os “encomendas” profissionais. Mas aqui também é o nosso fado.

Somos piores agora do que éramos antes? Estamos piores agora do que estávamos antes? A resposta é não, mas como somos do oito ou do oitenta, tudo vai valendo para criticar quem está e não devia estar, quem não está e devia estar e ainda pior, quem jogou e não devia jogar.

Temos o melhor jogador do mundo nos últimos 22 anos, mas que só aparece esporadicamente em dias de “nevoeiro” e, como não devemos nem podemos, estar à espera que o melhor nos carregue às costas para toda a vida, temos que fazer o resto do trabalho de casa e, a isso, chama-se “trabalho de equipa”.

Podemo-nos queixar da estatística, dos três remates dos islandeses, do uso do autocarro e da falta de ambição, mas a melhor resposta foi dada pelo seleccionador da Islândia, que contundente, goste-se ou não, arrumou a choradeira com um seco e curto: “jogassem mais”.

Nunca fui de cantorias como incentivo, muito menos de cantores “aportuguesados”, mas a canção adoptada nesta campanha é deveras deprimente, e como a exibição da equipa foi também deprimente, se calhar era melhor nos dois jogos que faltam, recorrer ao Herman José e ao seu “vamos lá cambada”.

PS: Enquanto escrevia estas laudas, ouvia a conferência de imprensa do nosso seleccionador, aberta, comunicativa, explicativa e com resposta para todas as perguntas, mesmo as mais esconsas. Obrigado Engenheiro Fernando Santos, por nos ajudar a perceber que afinal de contas se pode falar abertamente de futebol e dos seus temas, até os menos aradáveis, de forma clara e simples, sem tabus.

Mais notícias

Portugal ascende ao sexto lugar do 'ranking' da FIFA

Portugal ascende ao sexto lugar do 'ranking' da FIFA

Quaresma diz que pena no cabelo simbolizava o desejo de vencer

Quaresma diz que pena no cabelo simbolizava o desejo de vencer

Marcelo recebeu felicitações de rei de Espanha e presidente da Alemanha

Marcelo recebeu felicitações de rei de Espanha e presidente da Alemanha