O objetivo é claro: a zona norte do país quer afirmar-se como capital do enoturismo do mundo. Há muito que o enoturismo atrai amantes de todas as partes do globo até ao norte de Portugal, e a zona tem vindo a ganhar novas dinâmicas desde maio deste ano.

Estávamos em maio deste ano quando, no Teatro Rivoli, no Porto, cinco entidades se reuniram para apresentar a Rota dos Vinhos e do Enoturismo. O Turismo do Porto e Norte de Portugal, o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, a Comissão Vitivinícola Regional Távora-Varosa e a Comissão Vitivinícola Nacional de Trás-os-Montes uniram sinergias para apresentar tal rota, dando mais um passo no sentido de transformar e afirmar o território como capital do enoturismo no mundo – fator que pode contribuir para o aumento do número de turistas na região.

"Portugal é muito mais que sol e mar"

Fazer com que a vinha e o vinho sejam produtos de excelência para efeitos de internacionalização do Norte de Portugal é o objetivo subjacente à criação desta rota. Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, referiu em declarações à Agência Lusa que "Portugal é muito mais que sol e mar". Ela também comentou que a gastronomia é um ativo que distingue o país e que uma boa gastronomia não vive sem um bom vinho, além de ter explicado que nos últimos anos 10% dos turistas em Portugal foram atraídos pelo enoturismo. Outra interessante declaração dada por Rita foi a seguinte: "Os produtos endógenos, neste caso o vinho, devem ser valorizados e trabalhados contando uma narrativa".

Em todo o território do Porto e Norte e nos quatro subdestinos – Porto, Douro, Trás-os-Montes e Minho – existem mais de 400 quintas com potencial para desenvolver atividades turísticas. Com a criação da Rota dos Vinhos e do Enoturismo do Porto e Norte, os turistas poderão realizar visitas orientadas especialmente à atividade viticultora, conhecendo caves, adegas, quintas e hotéis que promovem a cultura vitivinícola e os respetivos vinhos da região. Essa será uma forma de apresentar a quem passa pela região todo o processo de produção dos vinhos, indo desde a vinificação até ao produto final.

Com a chegada da rota, muitos setores serão beneficiados

Como mencionado, o desenvolvimento da rota do vinho certamente virá a fazer com que o fluxo de turistas seja intensificado na região, o que beneficiará não apenas a indústria do vinho, mas também outros setores relacionados a atividades turísticas, como o hoteleiro, o de aluguer de carros e o de companhias aéreas. É certo que conhecidas empresas como Hertz e Avis, geralmente cotadas em sites comparadores de aluguer de carro no Porto, e redes hoteleiras listadas em plataformas como Trivago verão suas receitas aumentarem diante deste cenário. O mesmo deve ocorrer com companhias aéreas que voam para o aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Com a presença deste aeroporto na região, há uma boa frequência de voos chegando ao Porto, cidade que tem sido agraciada com diversas distinções ao longo dos últimos anos e que, em 2020, recebeu o prémio de melhor destino na categoria City Break pela quarta ocasião consecutiva no World Travel Awards.

O Porto é muito mais do que a cidade em si, não obstante os seus encantos que vão atraindo milhares de turistas. Toda a região norte merece uma visita e, se é um apreciador de vinho, então percorrer esta Rota dos Vinhos e do Enoturismo pode ser uma ótima opção.