Pim pam pum cada bola marca um: Payet marcou um que foram dois
Humberto Ferreira
Gosto do futebol romântico. Daquele à antiga. De golos com história. De jogadas incríveis. De golos com história e vindos de jogadas incríveis. Posto isto. A exibição de Dimitri Payet no jogo inaugural do Euro 2016 não só é um hino ao futebol romântico, como é um hino ao futebol atual.
Recuemos a 2003 para entendermos as lágrimas de Payet após o golo que marcou à Roménia e que deu a vitória à França no arranque do campeonato da europa. Com 17 anos Payet vê fechar no Le Havre uma oportunidade de singrar na Europa. Em 1999 o médio deixa a ilha de Reunião no Índico para ir jogar à bola no Le Havre. Já é craque, mas é um craque selvagem. A indisciplina é madrasta para um jovem de 17 anos. Volta a casa. Regressa ano e meio depois a França a convite do Nantes. Desta vez traz o 'latim' todo: Veni, Vedi, Veci. Nantes, Saint Etienne, Lille, Marselha, West Ham. Payet lutou pela segunda oportunidade talvez porque lhe quiseram tirar a primeira. Para ele o futebol há-de continuar a ter o romantismo à antiga. Se não tivesse não tinha tentado fazer tudo sozinho. Como um animal selvagem solto à descoberta, neste caso do golo. Assistiu Giroud, marcou o golo do triunfo. Valeram por dois. Tal como a segunda vida de jogador.
Abraço.