A seleção portuguesa
Jorge Araújo
Enquanto treinador, cultivei sempre a visão de construir equipas que fossem intensas, eficazes e trabalhassem em equipa.
Entretanto a nossa seleção começou este Europeu de modo eficaz, mas muito pouco intensa e sem grande expressão coletiva.
Ao longo dos jogos até agora disputados, soube continuar a ser eficaz e tem vindo a melhorar gradualmente no que respeita a revelar em campo a coesão coletiva que se impõe.
Continua entretanto a revelar enormes dificuldades em conseguir manter ao longo do tempo de jogo a intensidade exigida quando se compete ao mais alto nível. Aqui e ali permanece a "necessidade" de por vezes relaxar, perder foco e concentração nas tarefas respetivas. Com excepções, naturalmente. E principalmente até com o bom exemplo de um Ronaldo que, consciente das suas atuais debilidades físicas, se tem esforçado por se "entregar" a equipa, sacrificando-se pelo coletivo. Para os que gostam de lhe acrescentar records, aqui tem mais um! A "estrela" da equipa ao serviço do interesse coletivo. Belo exemplo!
Por fim um destaque e uma chamada de atenção.
Saliento claramente a importância do trabalho na área Comportamental levado a cabo por Fernando Santos!
Pelo seu saber ser e estar como treinador de alto rendimento, mas principalmente por estar a conseguir que o todo da seleção nacional seja maior que a soma das partes.
Quanto ao alerta, apelo a generalidade dos treinadores de futebol no nosso país para que se revejam em Fernando Santos e interiorizem quanto a falta de hábitos de treino devidamente intensos e correspondentes a como se joga ao mais alto nível, pode estar a afetar a qualidade técnica, mental e emocional dos nossos jogadores.
Esta seleção nacional e disso um espelho evidente.