Empate de Portugal frente à Hungria festejado como vitória no Porto
O empate no Portugal-Hungria, no terceiro jogo da fase de grupos do Euro2016 de futebol, foi festejado como uma vitória na Praça D. João I, no Porto, onde milhares de adeptos festejaram o apuramento para os 'oitavos'.
Portugal acabou por conseguir passar à fase seguinte, na qual vai encontrar a Croácia, mas sempre com empates: 1-1 com a Islândia, 0-0 com a Áustria e 3-3 com a Hungria.
Até o 'capitão' Cristiano Ronaldo demorou 230 minutos para conseguir marcar o primeiro golo nesta competição: fez hoje o 2-2 aos 50 minutos e 'bisou' aos 62, depois de Nani ter conseguido o primeiro aos 42.
Mas o empate de hoje, 'conseguido a ferros' - Portugal esteve sempre em desvantagem na partida -, não desmoralizou a 'claque portuense' que assistiu ao encontro com 'nervos de aço', cachecóis pregados ao peito, bandeiras a esvoaçar e caras pintadas de verde e vermelho na Praça D. João I.
"Estou muito contente. Portugal já merecia e o Ronaldo precisava de marcar", disse à agência Lusa Marta Simaria no final do jogo, garantindo estar "muito confiante", mas lembrando que a equipa croata já ganhou à Espanha.
A palavra 'confiança' também fez parte da análise de Roberto Amorim, que, no entanto, não deixou de criticar a forma como Portugal jogou atrás: "Estamos a defender mal neste campeonato, mas à frente estamos muito bem. O Ronaldo marcou", sublinhou.
Roberto Amorim deslocou-se com a família toda a uma das principais praças da cidade para poder "sentir Portugal ao máximo", porque assim consegue dividir os nervos, aliás, este adepto luso admite que com a seleção sente "mais ansiedade" do que com o seu clube, o FC Porto.
Também ao intervalo, quando o marcador assinalava 1-1, dominava o sentimento de confiança. António Iglésias apostava na entrada de Quaresma por ser, disse, "um jogador que dá moral à equipa", enquanto para Isaura Cunha não importava quem fosse a jogo dar o apuramento a Portugal.
"Seja o Ronaldo, o Nani, fosse quem fosse. O que queremos é vitórias", referiu uma portuense que também escolhe ver jogos numa praça que diz estar "linda, cheia de gente, cheia de vida e cheia de Portugal", apesar de também ela morar na baixa do Porto.
"Venho pelo entusiasmo", apontou bem perto do adepto ao qual os mais jovens deram a alcunha de 'O do futuro'.
Alcino Nunes vê os jogos no ecrã gigante, mas não tira o auscultador do ouvido para acompanhar a partida pela rádio, algo que faz com que saiba o andamento da partida alguns segundos antes face a quem o rodeia.
"Tirei-lhes um bocado a surpresa, mas eles ficaram contentes", contou, referindo-se a um grupo que o ouviu gritar 'golo' no primeiro empate de Portugal, altura em que a equipa, segundo Alcino Nunes, jogava "um jogo um bocadinho empastelado".
"Isto é um pouco o totoloto. Ou somos espetaculares e tudo sai bem ou quando as coisas começam a correr mal, parece que há uma malapata que não nos deixa avançar. Chamam-lhe sorte, mas o futebol faz-se de golos, não é de sorte", assinalou.
Portugal acabaria por dar um pontapé na tal 'malapata' e agora, disse à Lusa José Andrade, é "até à final": "A Croácia é uma equipa que joga como nós. Vai ser a nossa primeira vitória. O Ronaldo marcou dois, esteve perto de marcar o terceiro e ainda vai ser o melhor marcador do Euro."