Barcelos, 14 mai (Lusa) - O presidente da Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB), João Albuquerque, defendeu hoje que o Governo deve taxar a produção de eletricidade, ganhando assim folga orçamental para baixar a fatura energética das empresas.

"Não se pode aceitar que uma empresa como a EDP, com os lucros astronómicos que apresenta, não baixe o preço da energia e continue a esmagar o setor produtivo com custos energéticos incomportáveis", disse João Albuquerque à agência Lusa.

Para o líder empresarial, o Estado deve atuar fiscalmente, criando um imposto sobre os lucros das grandes empresas que lideram o setor da energia em Portugal.

Posteriormente, e aproveitando o dinheiro arrecadado com aquele imposto, o Estado, pela via fiscal, faria "retornar" às empresas algum do dinheiro por elas pago em faturas energéticas.

"Há mecanismos fiscais para isso", garantiu Albuquerque.

Remeteu para o exemplo de Espanha, onde o Estado cobra uma taxa de 7% sobre a produção de eletricidade e onde a EDP Renováveis pagou 11 milhões de euros em imposto extra apenas no primeiro trimestre de 2013.

Apontou ainda o caso da Holanda, que acaba de anunciar que vai começar a cobrar mais impostos à EDP.

O líder da ACIB lembrou que a EDP teve mais de 1.000 milhões de euros de lucro em 2012, um "ano terrível" para as empresas, e vai distribuir a 23 de maio como lucro aos acionistas 18,5 cêntimos por ação.

Por sua vez, a EDP Renováveis, com sede em Espanha, teve um crescimento do lucro de 45% só no primeiro trimestre de 2013.

"Neste contexto, não se compreende que as empresas continuem a ser esmagadas pelo preço da energia. É importante baixar custos e torná-los suportáveis para as empresas, pois só assim poderão viabilizar a produção e continuar a contribuir para o crescimento económico e para uma maior competitividade", assinalou João Albuquerque.

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