Sanções: Ministro francês defende atenção a especificidades nacionais
Porto Canal com Lusa
Bruxelas, 12 jul (Lusa) - O ministro das Finanças francês, Michel Sapin, defendeu hoje, em Bruxelas, que se tenha em conta as "especificidades de 2015", como o resgate do Banif, antes de serem decididas sanções a aplicar a Portugal por défice excessivo.
"Agora é uma segunda fase que se inicia, na qual a Comissão deverá apresentar determinadas propostas. Antes de serem tomadas decisões que poderiam ser imprudentes, espero que sejam tidos em conta os esforços consideráveis que os portugueses e os espanhóis têm feito nos últimos anos", salientou, à saída da reunião.
Sapin sublinhou ainda desejar que, "se for utilizado o termo 'sanções', isto não resulte em consequências graves para os países em questão", segundo um comunicado.
"Constatámos - é esta a realidade objetiva - que em 2015 nem Portugal nem a Espanha cumpriram os objetivos", salientou Sapin.
O ministro francês reconheceu que, no caso português, a situação agravou-se "com um banco que teve de ser recapitalizado", referindo-se ao Banif,.
Para Sapin, "sancionar pelo prazer de sancionar" seria tão mau sinal como a não aplicação das regras.
"A minha posição é que as regras sejam respeitadas mas tendo em conta as situações", referiu.
O Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) decidiu hoje, em Bruxelas, que Portugal e Espanha irão ser alvo de sanções por não terem adotado "medidas eficazes" para corrigirem os défices excessivos.
Tal como já antecipado na véspera pelo presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, os Estados-membros da zona euro, aqueles com direito a voto em sede de Ecofin nesta matéria, adotaram as recomendações da Comissão Europeia, que concluíra que os dois países não fizeram esforços orçamentais suficientes, falhando assim as metas para a saída dos respetivos Procedimentos por Défice Excessivo (PDE), que no caso de Portugal era 2015.
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