Sócrates acusa Passos de não compreender "simbolismo" da inauguração do túnel do Marão

| Política
Porto Canal com Lusa

Amarante, Porto, 07 mai (Lusa) - O antigo primeiro-ministro socialista, José Sócrates, acusou hoje Pedro Passos Coelho de "não ter compreendido o simbolismo da inauguração do túnel do Marão".

"Tarda em compreender o simbolismo desta obra. Isto é mais do que uma obra pública, é mais do que um túnel, isto é um reencontro do país consigo próprio, com uma identidade regional que há muito tempo estava afastada do desenvolvimento", comentou Sócrates, reagindo à recusa do ex-primeiro-ministro social-democrata ter recusado o convite para estar presente.

Sócrates respondia a questões dos jornalistas, quando chegava à entrada ocidental do túnel do Marão, em Amarante, para participar na inauguração da obra.

O antigo primeiro-ministro socialista disse ter-se hoje deslocado ao Marão para participar na inauguração daquela obra pública, no sentido de assinalar "que o Governo português agora faz convites como antigamente se fazia, com a grandeza e decência democrática".

"Por isso, decidi corresponder a esse convite, para respeito com o Governo e para com o que isto significa para os transmontanos e para todo o país", acrescentou.

Sócrates insistiu: "O facto de ter sido convidado, apenas nos diz que este novo Governo cumpre aquilo é a decência e a grandeza democrática. Já no meu tempo era assim, nós convidávamos todos os anteriores governantes para a inauguração de obras que tinham tido a sua participação".

Sobre a importância da infraestrutura, o antigo governante afirmou aos jornalistas que não se trata "apenas de mais uma obra pública".

"Este túnel do Marão significa que, de uma vez por todas, se põe termo a um tempo em que havia os de cá e os de lá. Esta obra pública significa um reencontro do país consigo próprio, em que o território português fica uma pouco mais justo e um pouco mais igual", declarou.

E acrescentou: "Esta obra foi também uma obra política no sentido em que houve uma decisão política".

"A verdade é que em 2005 morriam aqui 22 pessoas por ano, era essa a média de sinistralidade. Quando este túnel abrir, as previsões são que morra entre zero e uma pessoa. Portanto, esta ligação entre Amarante e Bragança significa que o país fez um esforço e um investimento para poupar vidas", disse, minimizando o custo da obra, tendo em conta outros fatores.

"Se pensarem nos custos para o país dos acidentes nos últimos 30 anos, isso pagaria este túnel", disse José Sócrates.

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