Tribunal indicia corrupção de José Sócrates
Porto Canal (MYF)
Os advogados de José Sócrates apontam para a falta de provas de crime de corrupção, mas o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) não concorda e dá razão ao Ministério Público.
Segundo o Diário de Notícias, o Ministério Público acusa José Sócrates de estar envolvido em atos de corrupação. Os indícios recolhidos são suficientes para os juízes desembargadores, José Simões de Carvalho e Maria Margarida Bacelar, referirem que “a indiciação feita é suficiente para a integração jurídico-penal dos factos como crime de corrupção".
Mesmo que não seja possível estabelecer uma relação causa-efeito, existe um "modus operandi" entre Sócrates e o seu amigo e também arguido na Operação, Marquês Carlos Santos Silva, que indicia a prática do crime.
No recurso de novembro, os advogados Pedro Delille e João Araújo apontaram para a inexistência de provas e que, por isso, não havia razão de imputar o seu cliente, muito menos, dizer que se trata de um caso de corrupação. Salientaram ainda que a investigação formulou "uma imputação genérica, não identificando quais os concretos atos venais em causa" nos quais Sócrates, enquanto primeiro-ministro, "terá tido intervenção", mas o TRL não concordou.
José Sócrates está a ser investigado por ser suspeito de envolvimento no Grupo Lena e Vale do Lobo e associado a entregas de dinheiro, compra de imóveis, pagamentos de férias e compras do livro “A Confiança no Mundo”, publicado por o ex-primeiro-Ministro.