CDS-PP anuncia voto contra ao Orçamento Rectificativo

| Política
Porto Canal com Lusa

Lisboa, 23 dez (Lusa) - O deputado do CDS-PP João Almeida anunciou hoje que os centristas votarão contra o Orçamento Retificativo, argumentando que não é aceitável que os contribuintes sejam chamados a pagar a solução para o Banif.

Numa intervenção na Assembleia da República, João Almeida argumentou que o PS agiu neste caso como no BPN, chamando "a responder em primeiro lugar os contribuintes", ao passo que PSD e CDS-PP, no caso do BES, chamaram a responder em primeiro lugar o sistema financeiro.

João Almeida defendeu também que a decisão do Governo e do Banco de Portugal de vender o Banif ao Santander Totta resultou de uma fuga de informação, numa referência a uma notícia avançada pela TVI há duas semanas.

"Esta decisão não tinha de ser tomada agora, não tendo existido a fuga de informação que existiu", afirmou o deputado centrista.

A discussão e votação do retificativo foi agendada para hoje depois do anúncio no domingo pelo Governo e o Banco de Portugal da venda do Banif ao Banco Santander Totta, por um valor de 150 milhões de euros, no âmbito da medida de resolução aplicada ao banco cuja maioria do capital pertencia ao Estado português, de forma a impedir a sua liquidação, numa operação que envolve um apoio público estimado em 2.255 milhões dez euros.

"Passado BPN, passado BPP, passado o BES e a passar o Banif, sem que a supervisão tivesse melhorado o suficiente para evitar estas situações, sem que a justiça tivesse sido tão célere para que as pessoas pudessem perceber que os crimes têm efetivamente consequências, sem o PS tenha mudado a solução política para o problema, nós podemos pedir outra vez aos contribuintes para pagar em primeiro lugar um prejuízo destes?", argumentou João Almeida.

Para o CDS, "a liquidação não era melhor solução do que a resolução", mas era possível que "a má solução que o PS traz fosse melhor, era possível que a resolução protegesse melhor os contribuintes".

"As pessoas não entendem porque é possível pedir aos contribuintes 1700 milhões de euros e pedir ao sistema financeiro apenas 490 milhões de euros", declarou.

João Almeida insistiu na ideia segundo a qual "decidir agora, ao contrário do que diz o Governo, não resulta de nenhuma decisão do Governo anterior", mas da fuga de informação, pela qual exigiu responsabilidades, porque embarateceu o valor do banco e fez com que alguém lucrasse com isso.

Em defesa da atuação do anterior executivo PSD/CDS-PP, o deputado centrista afirmou que foi "uma solução suficiente para proteger 1600 postos de trabalho e os depósitos de todos os depositantes", porque a Comissão Europeia queria liquidar o banco.

"Em linguagem de esquerda, que tantas vezes aqui ouvimos, o que fizemos foi efetivamente bater o pé à Europa nestes três anos. O que perguntam os portugueses neste momento é, com tanto conformismo, com tanta incapacidade de gerar uma solução diferente, onde está o Governo que ia bater o pé à Europa?", questionou.

O CDS explorou ainda as divisões entre os partidos que apoiam o Governo, com o anúncio de PCP e PEV de que votarão contra a proposta de Orçamento: "Ao primeiro problema, despareceu a maioria. Era suposto ser estável, coerente, não se coloca neste caso a questão de dever ser durável porque não há tempo suficiente para poder avaliar essa premissa".

"O senhor primeiro-ministro fica a saber que os seus sócios estarão em todas as fotografias das boas notícias, ainda que exijam que sejam fotografias diferentes, mas nunca estarão disponíveis para resolver os problemas graves do país. Isto é exatamente o contrário do que todos vós disseram ao país há menos de um mês", defendeu.

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