PCP "ocupa" posição de CDS-PP e sublinha que partidos do anterior executivo foram únicos a perder
Porto Canal com Lusa
Lisboa, 03 dez (Lusa) - O líder parlamentar do PCP aproveitou hoje um atraso do presidente do CDS-PP, Paulo Portas, para ironizar com "uma resposta comunista", frisando que sociais-democratas e democratas-cristãos foram as únicas forças políticas a perder nas eleições legislativas.
No segundo dia do debate parlamentar sobre o programa do Governo socialista, apoiado por BE, PCP e PEV, João Oliveira foi convidado a discursar na vez do líder centrista pelo presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, uma vez que o orador do CDS-PP não se encontrava no hemiciclo na altura devida.
"Para as faltas do CDS, há sempre uma resposta comunista", declarou o deputado comunista assim que chegou à tribuna, motivando risos, em concreto nas bancadas da esquerda. João Oliveira terminaria ainda o discurso louvando o programa do novo executivo por dar respostas concretas aos problemas urgentes dos portugueses, "a tempo, ao contrário das intervenções do CDS".
O presidente do grupo parlamentar do PCP acusou PSD/CDS-PP e seus governos de terem "alcançado uma única meta, que foi falhar todas as metas" em termos de objetivos estatísticos na economia.
"PSD e CDS limitam-se a repetir a mesma ladainha da sua vitória nas eleições e direito divino a governar. É uma questão de aritmética, 107 [deputados] são menos do que 122", afirmou.
João Oliveira reconheceu que, antes do sufrágio de 04 de outubro, os partidos da direita "podiam mais que todos", embora agora "os dois podem mais que um, mas não podem mais do que quatro".
"Comparando a Assembleia da República de hoje e de 04 de outubro, quais foram as únicas forças políticas que perderam votos, percentagem, deputados e viram reduzida a sua expressão parlamentar? PSD/CDS. Se foram os únicos que perderam, não podem dizer que ganharam", disse.
O parlamentar comunista lamentou ainda que sociais-democratas e democratas-cristãos se tenham "preferido entreter com o que nunca foi escondido", ou seja, as diferenças programáticas e ideológicas entre PCP e PS.
Segundo João Oliveira, apesar de se tratar de um programa de Governo do PS, o documento permite a recuperação de rendimentos e direitos, bem como melhorias nos setores da saúde, educação, segurança social e cultura.
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