Greve no Contact Center da EDP em Seia com adesão superior a 50% - Sindicato
Porto Canal / Agências
Seia, 27 mai (Lusa) - A greve dos trabalhadores do Contact Center da EDP, em Seia, reivindicando aumentos salariais, está hoje a ter uma adesão superior a 50 por cento, afirmou à agência Lusa fonte sindical.
"Nos vários turnos realizados até ao momento estão à volta de 230 a 240 trabalhadores em greve", disse António Coelho, dirigente do SITE - Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente.
O sindicalista indicou que a paralisação dos operários do centro de atendimento telefónico da EDP, em Seia, iniciada às 00:00 de hoje, irá manter-se até às 24:00.
António Coelho lembrou que os trabalhadores da empresa Reditus que prestam serviço no Contact Center da EDP reivindicam aumentos salariais, a defesa dos seus direitos, e a reposição do pagamento das horas extraordinárias e gozo dos descansos compensatórios.
A agência Lusa procurou hoje obter uma reação da Reditus, que gere o "call center" da EDP em Seia, com cerca de 500 trabalhadores, mas fonte da empresa disse que a administração "não tem qualquer comentário a fazer relativamente a esta situação".
Os trabalhadores aprovaram uma resolução onde reivindicam aumentos salariais de um euro por dia, o equivalente a 30 euros por mês.
"Apesar de trabalharem para uma empresa extremamente lucrativa, a EDP, estes trabalhadores ganham apenas o salário mínimo nacional", denuncia o SITE.
"Esta greve está a ser concretizada porque a administração da Reditus quer impor, por ato de gestão, apenas 10 euros/mês de aumento salarial, quando estes trabalhadores já não têm aumento no salário há mais de três anos e sofrem também as medidas de austeridade impostas pela 'troika' e pelo governo", acrescenta.
O documento também refere que, este ano, os trabalhadores "vão ter que trabalhar mais de sete dias gratuitamente, por força do corte da majoração dos três dias de férias e dos quatro feriados, sendo o primeiro feriado a cortar no dia 30 maio".
Os operários reclamam ainda "a reposição dos feriados e o aumento do salário mínimo nacional para 515 euros mês, conforme reivindicação da CGTP-IN" e "declaram a sua disponibilidade" para continuarem a lutar pelos seus direitos.
ASR // PDF
Lusa/fim