Grécia: Varoufakis vai estudar com BCE medidas para minimizar crise

| Economia
Porto Canal / Agências
Atenas, 28 jun (Lusa) - O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, disse à BBC que vai estudar hoje com o Banco Central Europeu o que pode ser feito para minimizar "o fardo imposto" à Grécia.

O ministro, que falava um pouco antes da reunião do Conselho grego de Estabilidade do Sistema Financeiro, recusou-se, porém, a responder explicitamente a se os bancos gregos irão ou não abrir na segunda-feira e se é inevitável um controlo de capitais.

"É algo que devemos analisar com as autoridades competentes aqui na Grécia e em Frankfurt (...). Permita-me, enquanto ministro das Finanças, de ver com os bancos centrais grego e europeu o que pode ser feito para minimizar o fardo imposto ao nosso povo pela recusa, por parte da Europa, dos nossos direitos democráticos mais básicos", sublinhou Varoufakis.

Invocando as "horas sombrias para a Europa", o ministro referiu que uma união monetária "que não possa garantir o bom funcionamento devido ao facto de o povo grego ter a audácia de exigir dar uma palavra em relação ao seu futuro, constitui uma negação fundamental do próprio princípio da união monetária, em particular entre estados democráticos.

"Tanto como político como cidadão europeu, acho que é chocante o simples facto de tais discussões, no contexto de uma união monetária", vincou.

Os ministros das Finanças da zona Euro recusaram-se prolongar em uma semana o programa de ajuda à Grécia, que termina na terça-feira. O Governo grego decidiu agendar um referendo para 05 de julho no qual vai perguntar ao povo se está ou não de acordo com as propostas do Banco Central Europeu (BCE), da Comissão Europeia (CE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Depois de goradas as negociações das últimas semanas, a Grécia deve adotar medidas para impedir a fuga de capitais do país, contagiando outros Estados europeus.

O anúncio surpresa sobre o referendo na noite de sexta-feira para sábado levou muitos gregos às caixas multibando, tendo provocado um esvaziamento de 20% das poupanças desde dezembro.

Para proteger os bancos, os economistas apontam para o seu encerramento imediato ou mesmo durante vários dias.

Entretanto, o Consleho de Estabilidade do Sistema Financeiro Grego está reunido hoje à tarde para preparar os próximos passos a seguir depois de o BCE ter decidido manter as injeções de liquidez na banca grega.

Na reunião participam o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, o vice-ministro Dimitris Mardas, o governador do Banco Central, Yanis Sturnaras, assim como os chefes das associações da banca.

Pouco antes do início da reunião, Sturnaras assegurou que o Banco da Grécia "tomará todas as medidas necessárias para garantir a estabilidade financeira dos cidadãos gregos nesta situação difícil".

Sturnaras fez estas declarações num comunicado após a decisão do BCE de manter os empréstimos à Grécia ao mesmo nível de sexta-feira.

Espera-se que da reunião desta tarde saia uma decisão sobre se é necessário ou não introduzir um controlo de capitais para evitar que nos próximos dias, e perante o vencimento da dívida na terça-feira, haja saídas em massa de depósitos como as que ocorreram nos últimos dias.

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