Grécia: Syriza vai apelar ao "não" no referendo de 05 de Julho
Porto Canal / Agências
"O Syriza vai apelar ao voto não no referendo" e "estamos seguros que o povo grego vai tornar claro que não aceitará ultimatos da 'troika', mas em qualquer circunstância, seja qual for a decisão do povo grego, vamos respeitá-la e queremos sublinhar que a Europa é a nossa casa comum e que a Grécia sempre será parte da Europa", disse uma deputada do partido do Governo helénico.
De acordo com a mesma fonte, "no dia 25 de janeiro a vontade do povo foi rejeitar o memorando da 'troika'".
"É por isso que perguntamos agora ao povo no referendo [de 05 de julho] se querem aceitar este acordo muito duro, que é contra o mandato que obtivemos no dia 25 de janeiro, ou se querem responder de uma forma democrática", disse.
O parlamento grego tem uma sessão extraordinária a partir das 12:00 (10: em Lisboa) de sábado "para discutir e pedir à aprovação desta proposta de referendo", revelou a mesma fonte.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou esta noite a convocação de um referendo sobre se deve, ou não, ser aceite o acordo com os credores internacionais, segundo a televisão Skai TV, que cita fontes próximas do executivo.
A decisão surge depois de já esta noite o núcleo duro do executivo ter estado reunido depois de mais um dia de impasse nas negociações com os credores.
Para sábado, em Bruxelas está prevista mais uma reunião do Eurogrupo para as 14:00 (13:00 de Lisboa).
Este novo encontro dos ministros das Finanças da zona euro - o quarto na mesma semana e o quinto em dez dias - tem como objetivo chegar a um acordo com a Grécia quanto às medidas a adotar pelo país e acontece a três dias do final do prazo para Atenas pagar cerca de 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Segundo fontes diplomáticas, se houver acordo e se o parlamento grego passar as medidas no domingo ou na segunda-feira, serão desbloqueados imediatamente para a Grécia 1.800 milhões de euros de lucros que o Banco Central Europeu (BCE) fez com a dívida pública helénica, a tempo de Atenas pagar o dinheiro devido ao FMI, cujo prazo termina a 30 de junho, na terça-feira.
A proposta dos credores passa ainda por mais financiamento até novembro, mês até ao qual deverá ser estendido o atual programa de resgate.
No total, poderão ir para os cofres helénicos 15,5 mil milhões de euros nos próximos cinco meses, para fazer face às obrigações financeiras para com o FMI e o BCE, mas sendo a libertação desse dinheiro - que irá ser feita por 'tranches' - sempre condicionada à execução das medidas eventualmente acordadas.
PCR/SMS (VC/IM/IG/ACC)// VC
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