Regresso dos filhos a casa provoca sobre-endividamento aos pais
Porto Canal (DYG E PYR)
Actualizado 16-04-2015 16:12
Existem cada vez mais pessoas em decadência financeira para conseguir ajudar os filhos desempregados. As alterações do agregado familiar causaram dois em cada dez casos de sobre-endividamento registados no primeiro trimestre do ano, segundo dados da DECO - Associação Portuguesa do Consumidor.
Os dados divulgados pelo Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS), entre 1 de Janeiro e 21 de Março, revelaram um crescimento de casos de penhoras decretadas por tribunais resultante de créditos em incumprimento e alterações repentinas e imprevisíveis do agregado familiar, afirmou a coordenadora Natália Nunes à agência Lusa.
“Em 2015, alteraram-se as causas que têm estado na origem das dificuldades das famílias portuguesas. Tradicionalmente é o desemprego a principal causa - ainda que em 2014 tenham sido os cortes salariais – mas este ano verificámos que o desemprego e os cortes salariais representam 30% (cada um deles). No entanto, o aumento do agregado familiar, devido ao retorno dos filhos a casa dos pais, mudou a situação”, declarou a responsável.
A coordenadora do GAS explica que o regresso dos filhos a casa dos progenitores leva a rupturas orçamentais e ao incumprimento de obrigações.
O número de pedidos de ajuda no primeiro trimestre do ano manteve-se constante face aos dados de 2013 e 2014. As circunstâncias em que são pedidas é que mudaram. 30% dos casos abertos pela GAS foram motivados pelo desemprego, 10% devido a alterações do agregado familiar, 12% graças a penhoras, 8% devido a divórcio/separação, 7% por doença e 3% por causa de fiadores.