Matosinhos, 23 mai (Lusa) -- O mercado de Matosinhos, construído em 1944 e projetado por ARS Arquitetos, foi classificado como monumento de interesse público.

A portaria que determina a classificação, publicada hoje em Diário da República, refere que o edifício impõe-se "pelas suas grandes dimensões como um ícone da zona das instalações portuárias" de Leixões.

Com dois pisos, o mercado foi projetado pelos arquitetos Fortunato Cabral, Morais Soares e Cunha Leão, sendo que o inferior se destina ao mercado de peixe e o superior aos restantes produtos.

O edifício tem uma cobertura constituída por uma abóbada em betão apoiada por arcos parabólicos em ferro e cimento, que constituem a estrutura de todo o edifício, "num sistema projetado de modo a reduzir ao máximo a utilização do ferro, material de custo muito inflacionado na época dominada pelos conflitos da II guerra mundial".

A portaria criou uma zona especial de proteção ao mercado, que tem em consideração "a envolvente do imóvel, incluindo a frente portuária de Leixões, as malhas urbanas limítrofes e os eixos de circulação".

"A obra (...) permaneceu durante anos como demonstração exemplar das possibilidades da arquitetura moderna na Península Ibérica, apoiando-se na aplicação de novos materiais como betão armado. As boas acessibilidades, a luminosidade e as linhas arquitetónicas modernas foram, durante décadas, motivo de reconhecimento deste projeto arrojado e pioneiro", lê-se na portaria.

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