PCP questiona Governo sobre propostas de mobilidade "ultrajantes" no grupo Sonae

| Política
Porto Canal / Agências

Lisboa, 22 mai (Lusa) - O PCP questionou hoje o Ministério da Economia sobre propostas feitas pelo grupo Sonae a trabalhadores para se transferirem de lojas em Braga para Aveiro ou Viseu, considerando o processo "inaceitável, imoral e ultrajante".

Numa pergunta dirigida ao ministro da Economia, a deputada comunista Carla Cruz questiona a tutela se tem conhecimento do processo de encerramento de várias lojas da Sonae no 'retail park' de Braga e de alegadas propostas de mobilidade feitas a trabalhadores.

"Não são conhecidos os motivos invocados para o grupo Sonae proceder a este encerramento, porém, sabe-se que a empresa está a propor aos trabalhadores a mobilidade para outras lojas do grupo, nomeadamente para a região centro do país, Aveiro e Viseu", afirma a deputada do PCP.

Carla Cruz refere que "caso não aceitem a mobilidade é proposto que os trabalhadores se despeçam, tendo-lhes sido prometido que, caso abra o centro comercial Dolce Vita [em Braga], serão reintegrados".

"Esta proposta de mobilidade para outras regiões do país é inaceitável, imoral e ultrajante para trabalhadores que ganham pouco mais do que o salário mínimo nacional", critica a parlamentar comunista, que acrescenta que "o incentivo ao auto despedimento, com a promessa de não serem penalizados na atribuição do subsídio de desemprego", configura um "desrespeito pelo quadro legal".

"Não pode a crise económica, num grupo como a Sonae, ser usada para despedir trabalhadores, para fragilizar os vínculos laborais, para provocar alterações radicais na vida dos trabalhadores", considera a deputada do PCP.

Neste contexto, Carla Cruz pergunta ao ministério liderado por Álvaro Santos Pereira se a empresa foi "alvo de alguma ação inspetiva, através da Autoridade para as Condições do Trabalho, para aferir esta situação" ou se o grupo Sonae recebeu "algum incentivo comunitário".

"Que medidas tenciona o Governo tomar para defender os direitos dos trabalhadores?", interroga ainda o PCP.

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