Menezes anuncia criação de um teleférico entre Canidelo e Devesas

Menezes anuncia criação de um teleférico entre Canidelo e Devesas
Foto: Teleférico de Gaia
| Norte
Porto Canal/Agências

O presidente da Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes, anunciou terça-feira que quer lançar, até ao final do ano, concurso para a criação de um teleférico que ligará Canidelo à estação das Devesas, o primeiro de outros transportes aéreos.

“Há zonas que têm que ser protegidas do excessivo e desnecessário fluxo automóvel. Vamos introduzir uma novidade. Há zonas urbanas que estão completamente bloqueadas e que já não podem ver a sua qualidade de vida resolvida com meios tradicionais. Vamos construir transporte aéreo entre zonas urbanas muito pressionadas e estações do metropolitano, o primeiro arrancará de Canidelo”, disse Menezes.

O projeto foi anunciado no discurso de tomada de posse, tendo o autarca avançado que o percurso passará pela Seca do Bacalhau, Afurada, Jardins da Arrábida, atravessará a autoestrada e irá ligar à estação do metro mais próxima.

“São cerca de 40 mil pessoas que vão beneficiar de um transporte que as pode colocar no metro em menos de 10 minutos. Este concurso será lançado até ao final deste ano e espero que no próximo ano e meio a dois anos possa ser inaugurado por sua excelência o Bispo de Porto. Esta referência não é uma bajulação. Foi um bispo que eu muito amei que inaugurou o primeiro teleférico de Gaia, D. Manuel Martins. Será a sua excelência reverendíssima certamente a inaugurar o teleférico que vai, e irá, desde Canidelo até perto da Estação das Devesas”, dirigindo-se ao bispo do Porto, Manuel Linda.

Menezes enumerou a mobilidade, a habitação, o ambiente, a educação, a cultura e a ação social como áreas prioritárias do seu mandato, num regresso a Vila Nova de Gaia, concelho que deixou há 12 anos, por limitação de mandatos e para concorrer à Câmara do Porto, mas que liderou durante 16.

Outra novidade que não quis guardar para depois foi o da criação da figura do provedor do munícipe, medida que diz querer implementar para que “todos os munícipes possam recorrer, apontar, descrever tudo aquilo que considerem que está errado, que é injusto, que é impróprio ou discriminatório na gestão municipal”.

“Vamos construir novas vias, como construímos no passado, porque são elas que desenham o progresso, que atraem o investimento, que impulsionam as empresas e com elas o emprego”, prometeu, exemplificando com a via VL10 para atravessar Oliveira do Douro e Vilar de Andorinho, constituindo, disse, “uma nova avenida no meio da cidade, uma nova cidade no meio da cidade”.

Ainda no âmbito da mobilidade, Menezes traçou como objetivo a construção de 25 quilómetros de ciclovias, bem como a criação de novos parques de estacionamento, na proximidade de estações de metro, de interfaces rodoviárias, no centro histórico e junto às principais praias.

“A política de habitação será uma prioridade, com 4.000 habitações a custos controlados para a classe média e jovens, como prometemos, com 40% delas a serem construídas no interior do concelho”, avançou.

E, para breve, prometeu revelar onde serão os dois campus universitários, um a construir num terreno municipal e outro num do Estado, para jovens estudantes. Cada infraestrutura albergará 1.000 utentes, avançou.

Passando por projetos da área do ambiente e proteção animal, o novo presidente da Câmara de Gaia falou das prioridades na Educação, enumerando que pretende “pôr novas em folha” as 100 escolas de Ensino Básico do concelho, bem como “recuperar mais de uma dezena de escolas EB2-3 e Secundárias” e reformular o projeto Gaia Aprende+ dedicado à ocupação de tempos livres.

“A política cultural entrará num patamar superior de exigência e qualidade. Iremos desenvolver o projeto da Orquestra Sinfónica de Gaia e vamos instituir uma gestão que dará a todos os equipamentos culturais, inclusivamente a este, vocações específicas”, disse num discurso longo no Auditório Municipal de Gaia que foi pequeno para a quantidade de pessoas, com e sem convite, que quis assistir à cerimónia.

Nesta área, Menezes anunciou ainda a intenção de criar três novos museus: o Museu das Pontes, o Museu das Lutas Liberais e o Museu das Invasões Napoleónicas.

E prometeu conceder, já em 2026, 600 bolsas de estudo de acesso ao Ensino Superior, técnico, profissional e artístico “a estudantes de Gaia cujas condições económicas não lhes permitam seguir esse caminho de formação”.

Em matéria de gestão, os anúncios do novo líder da Câmara Municipal eleito pela coligação PSD/CDS-PP/IL também recairam em nomes.

“Não sou só eu que voltei ao ativo. Voltou também o Poças Martins [para a empresa Águas de Gaia]. E vai voltar à Gaiurb com a mesma dedicação, com a mesma qualidade, com o mesmo prestígio e com o mesmo distanciamento dos interesses, o arquiteto Borras, que foi o meu último diretor municipal”, anunciou.

Antes, o nome de Poças Martins já tinha sido citado por Luís Filipe Menezes num período do discurso dedicado a criticar a gestão socialista anterior: “Se olhar para Águas de Gaia, que eu espero que a nova administração e o meu amigo, Poças Martins, volte a colocar nos eixos, vejo uma empresa que deixamos forte, lucrativa, tecnicamente vanguarda, mas que hoje viva em déficit crónico, sobrevivendo com transferências orçamentais anuais da Câmara superiores a oito milhões de euros”, disse.

Menezes também prometeu que estará concluída em 2026 a revisão “adiada há 10 anos” do Plano Diretor Municipal de Vila Nova de Gaia.

Outros dos dossiês que Menezes disse querer tratar de imediato prende-se com a rede de transportes Unir, sendo sua intenção, disse, “negociar” com a empresa de Transportes Metropolitanos do Porto para melhorar a mobilidade “dentro das freguesias e nos transportes escolares”, bem como garantir “ligação às estações de metro”.

Ainda nesta área, Menezes disse que vai exigir à administração da Metro do Porto uma “justa compensação pelos desvios de trânsito” causados pelas obras da Linha Rubi.

O autarca avançou também com medidas para a área da segurança e proteção civil, avançando que irá criar o estatuto próprio do jovem bombeiro para permitir que o recrutamento de jovens para as associações humanitárias seja mais fácil.

“E sexta e sábado à noite já estarão dezenas de Polícias Municipais no Centro Histórico, no Jardim do Morro e em Vila D’Este. Serão imediatamente retiradas tarefas administrativas que não são o cerne da sua atividade. Serão viradas para a regulação do trânsito em zonas complexas. Serão viradas também para a proximidade de escolas e de outras zonas que necessitam de proteção acrescida”, referiu.

Outra das novidades é a criação de um festival dedicado a Fernão de Magalhães que deverá ter início em 2027 e a mudança da localização do festival de música Marés Vivas que atualmente se realiza na Madalena para nascente do concelho.

Menezes prometeu, ainda, que as Assembleias Municipais serão transmitidas em direto, por via digital, e que vai dotar todo o concelho de fibra ótica e 5G.

Prometendo que os ajustes diretos e contratos “duvidosos feitos em período pré-eleitoral” serão avaliados “com rigor e com consequências implacáveis", Menezes fez estes anúncios depois de ter feito várias críticas à gestão socialista que o antecedeu, a qual acusou de ter protagonizado uma “narrativa ficcionada e patética” sobre uma dívida que lhe imputaram pelos 16 anos de governação.

“Preferiu-se o caminho patético e ficcionado da difamação gratuita. Uma narrativa falava de uma dívida gigantesca, até escondida. Não entendo como é que se conviveu com ela tantos anos como vereador e que teve-se a cegueira de só a descobrir depois de eu ir embora”, disse, referindo-se a Eduardo Vítor Rodrigues, mas sem nunca referir o nome do socialista que deixou a Câmara em junho após ter cumprido quase três mandatos completos.

Ainda em jeito de análise ao passado recente, Menezes disse que todas as acusações de que foi alvo resultaram em arquivamento, concluindo: “Após anos de insultos, notícias fantasiosas e muito sofrimento, tenho ficha limpa”.

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