Espetáculo “A criação” reúne cinco irmãos músicos profissionais em Famalicão

Espetáculo “A criação” reúne cinco irmãos músicos profissionais em Famalicão
Foto: CM Vila Nova de Famalicão
| Norte
Porto Canal/Agências

Cinco irmãos, músicos profissionais e cofundadores da ArtEduca – Conservatório de Música de Famalicão apresentam no domingo “A criação”, um concerto que celebra o 20.º aniversário da escola e pretende ser um “gesto de devolução” aos pais e à comunidade.

“A ArtEduca foi fundada há 20 anos, mas há uma história antes da história”, que se prende com o facto de os cinco irmãos crescerem e viverem no mundo da música, afirmou a diretora, Margarida Gomes (violino), irmã mais velha que fala à Lusa ao lado de Pedro Gomes (piano), o mais novo. Somam-se Elisabete (violino), Natália (viola d’arco) e Fernando (violoncelo).

Formado por músicos profissionais com percurso nacional e internacional em instituições europeias e constituído por bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian e do Ministério da Cultura, o Quinteto Gomes apresenta-se domingo, às 18h00, na Casa das Artes de Famalicão, cidade do distrito de Braga onde a tal “história antes da história” começou graças ao “espírito altamente empreendedor” do pai, Carlos Gomes, ao “amparo discreto mas absolutamente vital” da mãe, Mercedes Carvalho, e a uma encomenda “rara e talvez única” que, como os irmãos descrevem, marcaria o destino da família.

“Há várias décadas, o nosso pai encomendou ao mestre António Capela [‘luthier’ português com fama mundial] um quarteto de cordas [dois violinos, uma viola d’arco e um violoncelo]. Foi um gesto visionário, um gesto que marcou o nosso destino, efetivamente, um gesto que agora culmina com o espetáculo ‘A Criação’, que celebra a música, a família e o poder criador que atravessa gerações, um espetáculo que será uma espécie de gesto de devolução”, conta a violinista.

“Devolução aos nossos pais e à comunidade”, completa Pedro Gomes, pianista responsável por transformar o “quarteto em quinteto”.

“A Criação” contará ainda com a participação do clarinetista Jordi Pons, do pianista Bruno Gomes Ferreira e dos jovens bailarinos Joel e Lara Pons Gomes, netos do “visionário” Carlos Gomes, professor de história que “numa iniciativa de risco agarrada ao profundo amor pela música abriu há várias décadas” uma loja de instrumentos musicais e uma pequena escola.

O Coro de Câmara e o Ensemble de Professores da ArtEduca completam o alinhamento do concerto que terá no repertório obras de Debussy, Tchaikovsky, Bruch e Schumann, entre outros.

“A Criação é mais do que o nome de um concerto. É o símbolo de uma continuidade viva”, lê-se na descrição do espetáculo. Os irmãos antecipam à Lusa que será “um concerto para celebrar 20 anos de criação, de ensino e de amor pela arte”.

“A ArtEduca é um conservatório de música onde pusemos, ao serviço da comunidade, aquilo que fomos trazendo da Holanda, Suíça, Inglaterra – enumerando só alguns dos países pelos quais os cinco passaram – desde os conhecimentos, ao investimento nos nossos percursos”, refere Pedro Gomes, que recentemente regressou a Famalicão onde dá aulas de piano.

E completa: “É que independentemente de os alunos virem a seguir música ou não, o que nós entregamos a estas crianças é outra coisa, uma experiência. A música abre uma dimensão que faz muita falta às pessoas. É incomparável com outras coisas que as crianças fazem extracurricular. Não é mais importante, mas acho que a música devia estar ao lado do português e da matemática”.

Já a diretora da escola fundada em 2005 pela família Gomes e “alguns bons amigos” acrescenta que se a ArtEduca nasceu e se impôs durante 20 anos “é porque tem, com certeza, alguma coisa diferente”.

“Na ArtEduca, um conservatório oficial, reconhecido pelo ministério, não abdicamos do cariz familiar. Os pais que procuram a ArtEduca são pessoas muito atentas que procuram um ensino individualizado, um olhar à criança. Isto não é uma AEC, uma ocupação de tempos livres. E este sentido de família atravessa a instituição toda”, descreve.

Atualmente com mais de 300 alunos, quase o quádruplo do número inicial, a ArtEduca oferece desde atividades musicais para bebés a cursos até ao 9.º ano de escolaridade.

“Mas está a rebentar pelas costuras”, desabafam os fundadores, em jeito de apelo a mecenas e apaixonados pela música, pela arte e pelo ensino para que se juntem ao sonho de dar à ArtEduca um auditório que lhe permita “manter a força criativa” e o lema da escola: “Com música, construímos pessoas”.

“Esta necessidade, neste momento, já nem é só para apresentações, é para lecionar, para progredir. Têm-nos cedido espaços, mas é toda uma logística gigantesca, uma loucura, só faz isso quem é louco e gosta muito de música. Estamos sempre a criar novos projetos, fazemos grandes produções, andamos sempre a transportar pianos de cauda de um lado para o outro… Este salto é mesmo vital. Não é exagero. Concretizar esse sonho seria justo para a equipa, para o projeto, para o que oferecemos”, conclui Margarida Gomes.

O projeto foi já apresentado em maio à Câmara Municipal de Famalicão que “mostrou abertura para apoiar”, diz Margarida Gomes, “esperançada” também por saber que a escola “sempre conviveu de forma muito amorosa e harmoniosa com a comunidade”.

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