O cabeça de lista da candidatura Porto Primeiro - Nuno Cardoso (coligação NC/PPM) considerou à Lusa uma decisão de bom senso o anúncio pela Metro do Porto da suspensão temporária da segunda fase das obras do metrobus.

“É a decisão do bom senso. Pena é que tivesse arrancado a segunda fase. Mas penso que o Governo terá tomado essa posição, terá dito à Metro para suspender. E penso que a cidade, os cidadãos do Porto, era isso que exigiam”, argumentou Nuno Cardoso.

Considerando, por isso, que o Governo “esteve bem em finalmente ouvir o que os portuenses queriam”, referiu ser agora o tempo de “fazer uma avaliação do metrobus”, percebendo-se, em primeiro lugar, “como é que vai funcionar a primeira fase”.

“Temos de pôr os autocarros a funcionar. E depois avaliarmos”, sugeriu o antigo autarca do Porto que apelou à calma “para não se cometerem mais erros”.

E prosseguiu: “os portuenses foram demasiado penalizados com esta obra. A obra está, neste momento, com um peso tremendo e é preciso recuperar a confiança dos portuenses face à Metro”.

A terminar, Nuno Cardoso considerou que a empresa do Metro “portou-se mal com os portuenses e a tutela do ministério [das infraestruturas] não existiu”, atirando para depois das eleições autárquicas o “estudar em conjunto qual é a melhor solução”.

A Metro do Porto anunciou esta sexta-feira que decidiu fazer uma “paragem técnica temporária” da obra da segunda fase do metrobus, que arrancou em 22 de setembro.

As obras da segunda fase do metrobus arrancaram no corredor Bus dedicado da Avenida da Boavista, no troço compreendido entre a Rua Jorge Reinel (junto ao Colégio do Rosário) e a Avenida do Dr. Antunes Guimarães, e têm sido alvo de contestação, quer por parte de candidatos à presidência da Câmara do Porto, como por populares.

Está previsto que o metrobus ligue a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17), e os veículos do serviço serão autocarros a hidrogénio visualmente semelhantes aos do metro convencional, construídos por 29,5 milhões de euros, incluindo a infraestrutura de alimentação.

Os veículos já chegaram e a obra da primeira fase está concluída, mas o serviço ainda não está em funcionamento, sendo o canal da Avenida da Boavista atualmente utilizado por utilizadores de modos suaves de mobilidade, como bicicletas e trotinetes.

Concorrem à Câmara do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.