Organização da marcha LGBTI+ do Porto cancela arraial no fim do evento a 28 junho

Organização da marcha LGBTI+ do Porto cancela arraial no fim do evento a 28 junho
Foto: Pedro Benjamim | Porto Canal
| Norte
Porto Canal / Agências

A organização da marcha LGBTI+ (lésbicas, 'gays', bissexuais, transgénero, intersexo e outros) do Porto cancelou o Arraial + Orgulhoso previsto para o final do evento de dia 28, alegando falta de apoio da Câmara, que lamentou o cancelamento.

"Neste momento, sem qualquer apoio financeiro por parte das instituições públicas, o Arraial + Orgulhoso do Porto não reúne condições logísticas nem de segurança para se realizar. Com tristeza e revolta, anunciamos o seu cancelamento", pode ler-se numa nota enviada pela organização da marcha às redações.

A marcha continua marcada para dia 28 de junho às 15h00 na Avenida dos Aliados, mas a configuração pretendida para o evento no final, no Largo Amor de Perdição, com arraial, é alterada.

Para os organizadores, "esta decisão é reflexo direto do abandono institucional de uma celebração que é também um espaço cultural fundamental para a comunidade", considerando que "não é um desfile", mas sim "resistência".

Contactada pela Lusa, fonte da Câmara do Porto refere que a autarquia "lamenta a decisão da organização em cancelar o Arraial + Orgulhoso", da qual teve conhecimento através da imprensa, acrescentando que até ao final de segunda-feira a organização "não tinha comunicado a referida decisão ao Município".

Em causa está a ausência de apoio financeiro da Câmara do Porto à Marcha LGBTI+ e ao arraial, marcados para 28 de junho, dizendo a organização que a resposta da autarquia "limitou-se a apoio logístico via Ágora [empresa municipal de Cultura e Desporto], sem financiamento direto".

A organização pediu, em detalhe, apoio para os custos de policiamento, aluguer de bancas para coletivos, equipamentos de som (2.500 euros), cachês para artistas locais (3.000 euros) e seguro de responsabilidade civil (500 euros).

Recordando que a Câmara do Porto, em 17 de maio, hasteou "a bandeira arco-íris no Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia", a organização aponta que "o arco-íris nas fachadas e nos mastros não substitui compromisso político efetivo com a igualdade".

A organização considera que os valores pedidos são "irrisórios" e acusa a Câmara do Porto de "desconsideração" pela causa, cuja marcha no Porto assinala este ano a 20.ª edição.

"Quantos eventos culturais, festivais, a câmara municipal financiou com milhões de euros?", questionam.

A Câmara do Porto refere, em resposta à Lusa, que "reiterou disponibilidade para apoiar o evento, nos mesmos moldes seguidos em anos anteriores, observando o princípio de equidade no apoio disponibilizado a outros eventos e iniciativas civis que se realizam na cidade do Porto, e que procuram, junto do Município, obter apoio para a sua concretização".

A autarquia liderada pelo independente Rui Moreira refere ainda que, através do Batalha Centro de Cinema, "lançou uma 'open call' [chamada] para a recolha de registos que testemunhem as 20 edições da marcha do orgulho do Porto, associando-se à organização na concretização de um projeto cinematográfico que retrate duas décadas de afirmação da comunidade LGBTQI+ na cidade do Porto".

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