FC Porto B: Castro, Dragão para sempre

Porto Canal
O Capitão do FC Porto B terminou a carreira este sábado, aos 37 anos.
Uma semana depois de marcar o golo que abriu caminho à permanência da equipa B na Segunda Liga, André Castro pendurou as chuteiras e colocou fim a uma carreira que começou em Gondomar, contou com passagens por Espanha e pela Turquia e ficou marcada pela ligação umbilical ao FC Porto enquanto jogador, capitão, adepto e sócio - é o número 14.677 na lista de filiados.
O bisavô foi um dos primeiros campeões nacionais em 1935, o nome homenageia António André e só o relato da final de 1987 o fazia parar de chorar em criança. Aos 11 anos deu os primeiros passos de uma “caminhada bonita” da qual se “orgulha” e que lhe valeu seis títulos. Com 36, regressou ao clube do coração e, numa entrevista recente à revista Dragões, deu voz à ambição nunca lhe faltou dentro de campo: “Quero jogar, marcar e ser o melhor, por isso esta camisola fica perfeita”.
Natural de Rio Tinto, o médio deu os primeiros passos no Gondomar SC, clube em que despertou a atenção do FC Porto. De azul e branco vestiu a pele de capitão dos apanha-bolas, trilhou um percurso dourado na formação e chegou à equipa principal, um sonho difícil de atingir - “quando cheguei aos seniores, já ninguém subia dos juniores há sete ou oito anos, o Hélder Postiga tinha sido o último” - que se havia de prolongar após uma curta (mas profícua) passagem pelo Olhanense durante a qual se sagrou campeão da Segunda Liga.
O regresso à Invicta fez-se pela porta grande: “Lembro-me que na altura, quando o presidente André Villas-Boas me pôs a capitão, foi uma surpresa. Eu tinha 21 ou 22 anos e ele dizer que eu era um dos cinco capitães no meio daquele plantel todo foi extraordinário”. Com créditos firmados junto dos colegas que o elegiam “o melhor jogador dos treinos”, foi parte ativa de uma época histórica em que o FC Porto conquistou a Supertaça, a Taça de Portugal, o campeonato nacional e a Liga Europa.
Seguiu-se uma aventura em Gijón e num “campeonato com enorme visibilidade”. De novo no Olival, preparou-se para “a cereja no topo do bolo”: o primeiro golo celebrado em Coimbra numa época que Kelvin resolveu. “Foi um golo que para a equipa não acrescentava muito porque já estava a ganhar, mas senti uma energia... os meus colegas a festejarem comigo como se tivessem sido eles a marcar”, explicou.
A Turquia foi casa durante os sete anos que se seguiram, até o destino o trazer ao Minho para representar o SC Braga e o Moreirense. Regressar a casa foi o cumprir de um sonho: “Houve uma noite em que eu tive um sonho e queria mostrar que estava disponível para voltar ao FC Porto. Não o quis partilhar com as pessoas da estrutura porque não me queria oferecer, mas queria perceber se eles me quereriam no caso de eu ficar livre. Assinei em cinco minutos”.
Ao cabo de dez temporadas de azul e branco e cumprido o desígnio de “dar algo mais ao FC Porto”, André Castro termina a carreira de jogador e regressa à condição de sócio e adepto portista. Obrigado, Castro!