GO Porto analisa possível reorganização do terrado do Mercado do Bolhão

Porto Canal/ Agências
A empresa municipal GO Porto pretende avançar, a curto prazo, com uma série de medidas no Mercado do Bolhão, como a colocação de sombreamentos, e está a analisar a possibilidade de o terrado ser reorganizado, avançou esta quinta-feira a administradora.
"Estamos a tentar mostrar que as reivindicações e as preocupações dos comerciantes são ouvidas, e que nós não somos indiferentes ao incómodo que estas questões, naturalmente, provocam a cada comerciante", afirmou, em declarações à Lusa, a administradora da GO Porto, Francisca Carneiro Fernandes.
Numa circular distribuída esta quinta-feira pelos comerciantes do mercado, a que a Lusa teve acesso, a GO Porto anuncia uma série de medidas, como a colocação das ‘airfryers’ na cozinha do Bolhão a partir de 05 de maio e colocação, até ao final da segunda quinzena de maio, de sombreamentos laterais em todas as bancas do mercado.
Estão também a ser estudadas novas soluções para erradicar pombos e gaivotas do terrado, bem como medidas para "fidelizar os consumidores locais".
A circular "demonstra transparência" e permite "tranquilizar os comerciantes", ao informar sobre os temas que a equipa da GO Porto está a analisar, como a eventual dinamização da Galeria do piso 1, "que está a ser repensada", salientou Francisca Carneiro Fernandes.
Face às "inúmeras queixas e reclamações que têm vindo a ser feitas nos últimos anos (internas, externas e até publicamente) por alguns comerciantes", a GO Porto está a estudar a possibilidade de reorganizar o terrado do mercado, onde se encontram as bancas.
"A ideia de reorganizar algumas destas bancas surge de necessidades reivindicadas pelos próprios", afirmou Francisca Carneiro Fernandes, dizendo acreditar que será possível avançar com a reorganização e conseguir "um bom equilíbrio de interesses e vantagens para todos".
Esta reorganização poderá passar pela passagem de todas as salsicharias e talhos para um mesmo lado do terrado, deslocação que permitirá que estas atividades sejam desenvolvidas “com uma maior proximidade à respetiva cozinha de tripas atribuída”.
Também está a ser estudada a hipótese de as lojas de congelados passarem para o centro do terrado, por forma a aumentar a sua visibilidade, como tem sido reclamado "desde a abertura do mercado".
Criar um espaço para os comerciantes (sala de refeições e pausas), relocalizar os comerciantes com licenças de bebidas alcoólicas para os espaços por baixo da escadaria principal para minimizar “a circulação de copos pelos corredores do terrado” e colocar mesas altas nas laterais das escadarias são outras das possíveis alterações.
"Há 19 bancas [históricas] cuja localização pode ser alterada e, portanto, isto está a ser tratado com todo cuidado e com os comerciantes", acrescentou.
Já quanto às coimas e contraordenações pagas pelos comerciantes, a administração da GO Porto deliberou que os que “comprovadamente” procederam ao pagamento das coimas devido ao fecho de telas poderão requerer “a dedução desse montante nas rendas a pagar pelo respetivo espaço no ano de 2025”.
"Pelo princípio da igualdade que nos compete salvaguardar, achamos que era justo a GO Porto acomodar de alguma forma o valor dessas coimas pagas pelos comerciantes para que todos fiquem em pé de igualdade", referiu.
A circular aponta ainda para a “urgência de se aprovar uma nova proposta de revisão do regulamento”.
"Todos concordamos que o regulamento vigente não se adequa à evolução que o mercado foi vivendo e às regras que é preciso determinar agora com mais clareza e objetividade. É preciso deixar muito claro o que é que se pode fazer e o que é que não se pode fazer, sem perder a essência do mercado ser um mercado de frescos", acrescentou a administradora da GO Porto.
As medidas anunciadas esta quinta-feira aos comerciantes resultam de uma série de reuniões "coletivas e individuais" que Francisca Carneiro Fernandes realizou quando assumiu funções na GO Porto, a 20 de janeiro.