BES: PS quer incluir responsabilidades da 'troika' na comissão de inquérito
Porto Canal / Agências
Lisboa, 03 set (Lusa) - O líder parlamentar do PS, Alberto Martins, defendeu hoje que a responsabilidade da 'troika' no processo do BES deve ser incluída no âmbito da comissão parlamentar de inquérito proposta pelo PCP e que será votada no dia 19 de setembro.
"Temos consciência que há responsabilidades do Governo, da 'troika' e da supervisão e regulação. Naturalmente, é esta amplitude que nós queremos ver discutida e aprofundada na comissão de inquérito", argumentou Alberto Martins aos jornalistas à saída da conferência de líderes que agendou a discussão e votação da proposta de criação da comissão para o dia 19 de setembro.
Confrontado com o facto de a responsabilidade da missão externa que inclui o FMI, o BCE e a Comissão Europeia estar excluída do objeto da comissão proposto pelos comunistas, Alberto Martins respondeu: "Vamos discutir a proposta do PCP, uma proposta que será sujeita a debate e no debate vamos aprofundar tudo o que entendemos que deve ser colocado na comissão de inquérito".
Questionado ainda sobre o horizonte temporal do inquérito proposto pelos comunistas iniciar-se em 2008, abrangendo a governação socialista, o líder parlamentar do PS afirmou que "só a verdade serve a democracia".
"Nós não temos quaisquer reservas na amplitude da comissão de inquérito. Queremos é que ela incida sobre os aspetos essenciais de um falhanço global do sistema financeiro, das entidades reguladoras, da previsão do Governo, da responsabilidade do Governo e da 'troika'", afirmou.
O presidente da bancada comunista, João Oliveira, apresentou hoje em conferência de imprensa no parlamento o texto com o objeto da comissão de inquérito "à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, ao processo que conduziu à aplicação da medida de resolução e às suas consequências, nomeadamente quanto aos desenvolvimentos e opções relativos ao GES, ao BES e ao Novo Banco".
O objeto da comissão proposta pelos comunistas tem sete pontos, que passam por "avaliar a intervenção e a eventual utilização, direta ou indireta, imediata ou a prazo, de dinheiros públicos".
O PCP quer também que a Assembleia da República avalie "a intervenção de entidades e poderes públicos, nomeadamente do Governo e das entidades de supervisão e regulação, desde 2008".
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