O primeiro-ministro marcou presença no último adeus a Jorge Nuno Pinto da Costa, um homem que “teve um papel muito importante na promoção de uma coletividade que é uma referência no país, na Europa e no mundo” e que sempre “se empenhou em valorizar a cidade do Porto, a Região Norte, com um bairrismo assinalável, vincando bem as suas posições”. “Em nome do Governo de Portugal, creio que posso dizer que é com os exemplos de personalidades como esta que podemos captar bons atletas, bons treinadores e bons dirigentes”, frisou Luís Montenegro minutos antes do funeral do Presidente dos Presidentes.

Uma herança inigualável

“Jorge Nuno Pinto da Costa teve um papel muito importante na promoção de uma coletividade que é uma referência no país, na Europa e no mundo, ao nível de todas as modalidades, de todos os escalões de formação, e na promoção da prática desportiva e da excelência. O FC Porto é conhecido em todo o mundo por ser uma fábrica de campeões, de valores desportivos, quer nos escalões de formação, quer nas equipas seniores, e não tem só bons desempenhos, mas também boas equipas técnicas e bons dirigentes. Isso deve-se a uma cultura que foi implementada ao longo de mais de 100 anos de história e muito alavancada por Jorge Nuno Pinto da Costa numa liderança muito forte e vincada, que acabou por ser evidenciada como aquela que teve mais títulos no mundo inteiro.”

A paixão que o movia

“Jorge Nuno Pinto da Costa não era apenas um homem do futebol, também era um homem de todos os desportos. Todos os fins de semana era visto nas bancadas dos pavilhões e nos campos onde decorriam jogos da formação, dos infantis até aos seniores. Tinha sempre o entusiasmo de quem via aparecer, desenvolver e crescer atletas e isso era a expressão máxima da vontade de fazer bem, atingir a excelência, defendendo sempre as cores azuis e brancas e, por muitas vezes, as cores de Portugal. Dessa forma promoveu a identidade nacional através do desempenho desportivo.”

Um defensor da Região Norte

“É verdade que Pinto da Costa foi um homem que se empenhou em valorizar a cidade do Porto, a Região Norte, com um bairrismo assinalável, vincando bem as suas posições. Tinha uma personalidade forte e não era indiferente a ninguém. Era um homem culto que aqui ou ali criava alguma fricção, mas independentemente das preferências clubísticas que a sociedade portuguesa manifesta, acho que de uma forma geral todos respeitam a sua caminhada. Hoje, em nome do Governo de Portugal, creio que posso dizer que é com os exemplos de personalidades como esta que podemos captar bons atletas, bons treinadores e bons dirigentes.”

Silêncio dos rivais

“O que é importante é que independentemente das diferenças e da preferência clubística, o povo português aprecie aqueles que dão muito de si em prol daquilo que acreditam e Jorge Nuno Pinto da Costa acreditava na cidade do Porto, no FC Porto, no Norte e em Portugal. Acredito que a esmagadora maioria das pessoas tenha apreço pelo trabalho de Jorge Nuno Pinto da Costa dentro daquilo que era a sua preferência.”