Cerca de 115 organizações assinam manifesto pelos sete anos de luta contra mina de lítio no Barroso

Cerca de 115 organizações assinam manifesto pelos sete anos de luta contra mina de lítio no Barroso
| Norte
Porto Canal/Agências

Cerca de 115 organizações e coletivos ibéricos assinaram um manifesto em solidariedade com os sete anos de luta no Barroso contra a mina de lítio que está prevista para o concelho de Boticas, foi esta segunda-feira divulgado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, os promotores da iniciativa revelam que o manifesto sublinha “a resistência das populações locais contra a falsa transição verde e o extrativismo liberal”, numa crítica à mina de lítio que a empresa Savannah Resources quer explorar em Boticas, distrito de Vila Real, e que pode impactar aldeias como Covas do Barroso e Romaínho.

O manifesto classifica o momento atual como “dramático”, pois “o Estado português impôs uma decisão burocrática - servidão administrativa - que autoriza a empresa a entrar nos terrenos coletivos (baldios) e também nos terrenos privados”.

“Uma decisão antidemocrática que coloca as populações em legítima defesa”, é ainda referido.

A secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, emitiu um despacho, publicado a 06 de dezembro em Diário da República, que autoriza a constituição de servidão administrativa, pelo prazo de um ano, o que permite à empresa Savannah aceder a terrenos privados para a prospeção de lítio.

Logo a seguir, a associação local Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB) disse não reconhecer legitimidade à decisão do Governo, tendo ainda promovido um protesto em janeiro contra a servidão administrativa, enquanto a empresa Savannah Resources anunciou poder “retomar o trabalho de campo e as perfurações necessárias” para o estudo definitivo (DFS) e o processo de conformidade ambiental do projeto lítio do Barroso, prevendo concluir estas etapas em 2025.

O manifesto contesta a cumplicidade entre o “Estado e as corporações multinacionais, prontos para sacrificar mais um território”.

Em destaque no conteúdo desta iniciativa da sociedade civil estão os impactos ecológicos, designadamente “os elevados riscos ambientais locais e para toda a bacia hidrográfica do Douro”.

A argumentação do manifesto apoia-se nas conclusões do estudo realizado pelo professor Steven Emerman, um especialista em mineração, hidrologia e geofísica, que aponta “amplas consequências ambientais e a absoluta falta de inaptidão do projeto da Savannah Resources no contexto ecossistémico em que se insere, deformidades que podem levar a uma ‘falha catastrófica’ da barragem de rejeitados”, prevista no projeto mineiro.

O manifesto foi subscrito por 115 coletivos e organizações de Portugal e Espanha, foi também assinado por mais de 850 cidadãos e continua aberto para assinaturas.

Entre os subscritores coletivos estão a Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, Associação Portuguesa de Antropologia (APA), - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), a associação de defesa do ambiente Campo Aberto, Ambiente em Zonas Uraníferas (AZU) e a ÍRIS - Associação Nacional de Ambiente.

Ainda a associação local UDCB, a À Mesa!, a associação cultural BELA Associação - Associação Cultural, a Sachola - Coletivo de Ecologia Popular, Ar Puro Movimento Cívico, a Casa da Horta, espanholas Ecoloxistas En Acción do Ribeiro e Ecoloxistas Galiza Atlántica e Verde ou a Gato Vadio - Livraria e Associação Cultural.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável condicionada em maio de 2023.

A empresa já disse que prevê iniciar a produção em 2027.

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