Presidente do Porto, o Nosso Movimento afasta para já candidatura às autárquicas

Presidente do Porto, o Nosso Movimento afasta para já candidatura às autárquicas
Porto Canal
| Porto
Porto Canal/Agências

O presidente do "Porto, Nosso Movimento", Filipe Araújo, afastou para já a possibilidade de uma candidatura pelo movimento às autárquicas de 2025, assegurando que o foco é criar condições para que a candidatura reúna “o máximo da sociedade civil”.

“Não é uma questão que, neste momento, esteja em cima da mesa. É muito claro o trabalho que tenho de fazer neste momento e para o qual o meu foco estará completamente centrado”, afirmou Filipe Araújo, que é também vice-presidente da Câmara do Porto.

Filipe Araújo, que falava à Lusa na sequência da decisão do movimento em apresentar um candidato às eleições autárquicas de 2025, afirmou estar “absolutamente focado” em criar as condições para que a candidatura se concretize.

“Para que exista em 2025 um movimento independente às eleições e que agregue ao máximo todos na cidade e os partidos que tiveram connosco e nos apoiaram nos últimos anos, e outros que se queiram juntar”, acrescentou.

A decisão de apresentar um projeto para a cidade e estabelecer conversações com "todos aqueles que se revejam numa proposta de gestão independente da cidade" foi tomada na sexta-feira em assembleia-geral do movimento, onde marcaram presença mais de 150 associados.

"As votações foram todas por unanimidade e aclamação, o que demonstra um amplo consenso naquilo que é o caminho que devemos seguir", referiu.

Hoje, em comunicado, os representantes do CDS-PP na associação cívica afirmaram que "nunca foi propósito decidir para já uma candidatura autónoma ou liderante do movimento às próximas eleições autárquicas".

"Foi propósito sim, afirmar a vontade de manter o movimento como parte dessa discussão, integrando um novo projeto, em conjunto também com partidos políticos, tendencialmente o PSD e o CDS com vista a poder continuar a influenciar os destinos autárquicos do Porto, assegurando uma visão que consideramos essencial no futuro, como vem sendo há três mandatos", lê-se no comunicado assinado por Catarina Araújo, membro da direção da associação cívica, militante do CDS-PP e vereadora na Câmara do Porto.

Questionado sobre a posição do CDS, Filipe Araújo disse ter resultado da assembleia-geral “um mandato bastante claro de criar as condições para que haja um movimento independente candidato aos órgãos autárquicos nas eleições do próximo ano”.

À Lusa, Filipe Araújo avançou ainda que vai iniciar conversações com os partidos que apoiam atualmente o movimento, nomeadamente CDS, Iniciativa Liberal, Nós Cidadãos e MAIS.

“Desde 2013 até agora tivemos o apoio de vários partidos e fomos também tendo acordos de governação com outros partidos. Desde que haja por parte dos partidos um alinhamento com a nossa proposta de gestão da cidade, obviamente que há total abertura para integrar e termos o apoio desses partidos”, observou.

Nas últimas eleições autárquicas, o movimento independente e o PSD celebraram um acordo de governação, depois de o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, ter sido reeleito sem maioria absoluta.

“Aquilo para que estou mandatado é a iniciar conversações com todos para agregar o máximo da sociedade civil do Porto em torno de um projeto único e que tem dado cartas ao longo destes últimos 11 anos”, acrescentou, assinalando que o movimento continuará “a contar” com Rui Moreira, que cumpre o último mandato à frente do município.

Na recomendação, a que a Lusa teve hoje acesso, lê-se que a criação desta associação cívica teve como objetivo apoiar o movimento independente de Rui Moreira e “servir de seu escudo político”, entendendo que o seu objetivo não se esgota no final deste mandato.

Em setembro do ano passado e à margem do jantar comemorativo da associação cívica, Rui Moreira disse acreditar que o movimento independente “pode continuar a fazer a diferença” na cidade depois da sua saída.

Filipe Araújo tomou posse em janeiro de 2023 como presidente da associação cívica "Porto, O Nosso Movimento", sucedendo a Francisco Ramos.

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