Associação Portuguesa de Apoio à Vítima regista 15 mil crimes de violência doméstica no 1.º semestre do ano

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima regista 15 mil crimes de violência doméstica no 1.º semestre do ano
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Porto Canal/Agências

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou no primeiro semestre deste ano cerca de 15 mil crimes de violência doméstica, um aumento de 2% em relação ao período homólogo de 2023.

Estes 15 mil casos registados entre janeiro e julho de 2024 representam “78% dos processos apoiados na APAV” neste período, ou seja, é a “grande maioria dos processos da APAV”, salientou o responsável pelo setor da violência doméstica e violência de género na APAV, Daniel Cotrim.

Daniel Cotrim falava à Lusa no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinala dia 25.

O aumento destes crimes que atingem mulheres, homens e crianças pode-se explicar, segundo Daniel Cotrim, por a APAV ter “aumentado o número de campanhas de sensibilização”, bem como ter “criado mais serviços de proximidade com as pessoas”, designadamente através de estruturas itinerantes que vão a concelhos e localidades, onde normalmente não há este tipo de serviços.

“Quanto mais próximos estiverem estes serviços de apoio das comunidades, também é mais fácil para as pessoas poderem denunciar”, defendeu.

Os dados estatísticos relativos ao ano de 2023 da APAV indicam que houve registo de 31.117 vítimas de violência doméstica apoiadas e 64.899 crimes de violência doméstica registados.

Quase metade (48,3%) das vítimas que chegaram à APAV pelos crimes de violência doméstica fizeram-no por iniciativa própria e 46,6% apresentou queixa/denúncia na Polícia de Segurança Pública.

A maioria dos utentes em 2023 (25.240) eram vítimas do sexo feminino e a maioria dos autores dos crimes (21.498) eram do sexo masculino.

A maioria das vítimas (23.919) era de nacionalidade portuguesa e mais de metade (62,6%) foram agredidas na residência comum com o agressor.

Em 2023 registaram-se 16.952 casos de vítimas alvo de “vitimação continuada”, sendo 4.895 casos de vítimas com vitimação entre dois a seis anos.

Relativamente a 2024, os dados mais recentes da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG)indicam que entre janeiro e setembro deste ano, ocorreram 18 homicídios (15 mulheres e três homens).

No 1.º trimestre deste ano há registo de nove pessoas mortas (oito mulheres e um homem), o que representa um aumento em mais três vítimas comparativamente ao 1.º trimestre de 2023.

No 2.º trimestre de 2024 ocorreram três homicídios (duas mulheres + um homem).

No 3.º trimestre de 2024 ocorreram seis homicídios (cinco mulheres + um homem).

Os dados relativos a crimes ocorridos em contexto de violência doméstica e homicídios em contexto de violência doméstica são recolhidos pela Polícia Judiciária, PSP, GNR, Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e CIG, a entidade coordenadora da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica.

Na passada quarta-feira também o Observatório das Mulheres Assassinadas da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) contabilizou 25 mulheres assassinadas em Portugal, entre o início do ano e 15 de novembro, das quais 20 femicídios.

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