Miguel Coelho: "A resposta é ganhar"
Porto Canal
Miguel Coelho antevê o FC Porto-Gran Canaria, de qualificação para a Champions de voleibol (terça-feira, 20h00).
Na ressaca da conquista da Taça Ibérica e do desaire na Supertaça, e na antecâmara de um novo clássico frente ao Benfica, a equipa de voleibol feminino tem pela frente mais um desafio da máxima exigência: a partir das 20h00, no Dragão Arena e no Porto Canal, as campeãs de Portugal e Espanha disputam a primeira mão da terceira ronda de qualificação para a Liga dos Campeões Europeus.
Miguel Coelho vê o Gran Canaria como “uma equipa habituada a ganhar, de Champions, com uma cultura de vitória e que tem as mesmas ambições” do FC Porto. “Tivemos a Taça Ibérica e a Supertaça Portuguesa, teremos a qualificação para a Champions, o Benfica no fim de semana, Champions de novo… ou somos muito fortes mental, técnica e taticamente ou então será muito difícil”, explicou o técnico desejoso de “traduzir o apoio dos adeptos em vitórias e numa forma de estar diferente”.
Ainda a Supertaça
“Houve fases do jogo em que costumávamos estar bem e não estivemos. Isso custou-nos caro, nomeadamente quando o Benfica atacou contra quatro defesas e mesmo assim pontuou, fosse por erro técnico no bloco, erro tático na marcação ou erro da defesa. Esses foram alguns dos aspetos em que houve demérito nosso e mérito do Benfica, que ganhou uma confiança renovada à custa dos nossos erros não forçados. Tudo junto, além da menor capacidade física demonstrada depois da Taça Ibérica, traduziu-se numa derrota que já ficou para trás. O melhor que nos podia acontecer agora era estrearmo-nos na Champions e não termos dias de folga para estarmos na máxima força. Não é por termos falhado a conquista do título, é por não termos feito o que a equipa podia ter feito. Essa frustração leva-nos a querer muito recuperar da derrota com uma vitória e uma exibição convincente.”
As homólogas espanholas
“São uma equipa habituada a ganhar, de Champions, com uma cultura de vitória e que tem as mesmas ambições do que nós. Têm muito poder ofensivo na zona 4 e a distribuidora procura-as muito, as centrais também são muito interessantes e a oposto é a adversária que nos deixa mais dúvidas, porque elas têm três jogadoras capazes de desempenhar esse papel. Sabemos como travar cada uma delas coletivamente, mas temos de parar as zonas 4 e esperar que o jogo nos sorria.”
Calendário apertado
“Não fomos suficientemente bons durante muito tempo. Este desejo de ganhar, a forma como o grupo se prepara todos os dias para treinar e competir é do mais alto nível, mas não fomos suficientemente bons na Supertaça. Não fomos por culpa nossa e do adversário, então a melhor forma de resolvermos isso é lutar mais. Não lutámos o suficiente no quarto set e isso é uma situação a rever bastantes vezes, vamos lembrar-nos disso muitas vezes porque isso não pode voltar a acontecer. Tivemos a Taça Ibérica e a Supertaça Portuguesa, teremos a qualificação para a Champions, o Benfica no fim de semana, Champions de novo… ou somos muito fortes mental, técnica e taticamente ou então será muito difícil. A resposta tem que ser dada pelo grupo e a resposta é ganhar, não há outra resposta possível. Temos de fazer com que as pessoas nos queiram vir ver, temos que convencer o Dragão a encher de novo. Isso resulta da imagem que passamos para fora, no quarto set não foi a melhor e amanhã não se voltará a repetir.”
Empurrados pelo público
“Nunca nos queixámos de falta de apoio porque temos sido uns afortunados. No meio de tantas modalidades do FC Porto as pessoas escolhem ver-nos e se perdermos essa ligação perdermos o nosso melhor. Conto com todos, porque o apoio nesta fase continuou igual e as pessoas continuam a rever-se na equipa, mas no desporto de alta competição isso muda muito rápido. Não podemos deixar que isso mude, os adeptos estão connosco e temos de mostrar que eles podem continuar connosco, porque vamos traduzir isto em vitórias e numa forma de estar diferente.”