Chuva abençoada regressa a Portugal e dá tréguas aos bombeiros

Chuva abençoada regressa a Portugal e dá tréguas aos bombeiros
Lusa
| Norte
Porto Canal / Agências

Depois de uma semana de temperaturas elevadas e centenas de fogos no Norte e Centro do país, o clima de outono regressará a Portugal Continental com aguaceiros e uma descida da temperatura máxima, apaziguando o combate aos incêndios.

Os distritos de Aveiro, Braga, Porto e Viana do Castelo vão estar na sexta-feira sob aviso amarelo devido à chuva por vezes forte e à trovoada, revelou esta quinta-feira o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

 
 
 
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O aviso amarelo emitido pelo IPMA é para o mesmo horário nos quatro distritos: entre as 00h00 e as 15h00 de sexta-feira, devido a “aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada”.

O IPMA alerta que “a ocorrência de precipitação forte, nos próximos dias, em regiões que ficaram vulneráveis após os incêndios recentes, com a consequente perda de coberto vegetal, aumentam o risco associado a potenciais escorrências”.

Para sexta-feira, está prevista “a ocorrência de aguaceiros que poderão ser fortes nas regiões do Norte e Centro, em especial no Minho e Douro Litoral e nas zonas montanhosas, podendo ainda ocorrer trovoada, embora com baixa probabilidade”, detalha o IPMA.

O instituto diz estar em causa uma “depressão centrada a oeste do território do Continente e de um vale depressionário em altitude com deslocamento para sul/sudoeste”, que leva a prever, para a tarde desta quinta-feira, “a ocorrência de aguaceiros dispersos, por vezes acompanhadas de trovoada e rajadas convectivas, sendo mais prováveis no interior”.

“A instabilidade atmosférica prevista para esta tarde cria condições ao nível local para que os incêndios em curso possam originar nuvens do tipo pirocúmulo [nuvem densa, também designada por nuvem de fogo], que têm potencial para alterar o regime de ventos no local”, acrescenta.

Na sequência “dos violentos incêndios foi gerada uma pluma de cinzas de enormes dimensões que, para além da expansão sobre o Atântico, atingiu a zona norte da Península Ibérica, com impacto na qualidade do ar”, refere ainda o IPMA.

“Com a rotação prevista do vento para o quadrante oeste durante o fim de semana, uma parte desta pluma a oeste do território continental irá ser advectada [deslocação de uma massa de ar no sentido horizontal] novamente para as regiões Norte e Centro”.

Tal pode “atingir o interior destas regiões e influenciar a qualidade do ar”.

Sete pessoas morreram e 161 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.

De acordo com o IPMA, o aviso amarelo é emitido quando se prevê uma “situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica”.

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