Pedro Nuno acusa Governo de cinco meses de propaganda e de ter em mente eleições antecipadas
Porto Canal / Agências
O secretário-geral do PS acusou este sábado o Governo de não ter sido sério na gestão de diferentes dossiês e de ter “feito propaganda e enganado os portugueses” por ter em mente eleições antecipadas e se querer preparar para elas.
“Aquilo que nós temos em Portugal é um Governo que nestes cinco meses tem feito propaganda e tem enganado em várias áreas os portugueses com uma única coisa em mente: ter eleições antecipadas e prepararem-se para elas, só que não vale tudo na política”, acusou Pedro Nuno Santos no discurso de abertura da Comissão Nacional do PS que decorre este sábado em Coimbra.
Como partido de oposição, o líder do PS defendeu ter a obrigação “de ir denunciando a forma como este Governo governa”.
“Para além da distância política e ideológica, é a forma como o Governo do PSD tem lidado com os portugueses, com o Governo anterior, com o parlamento, mas sobretudo lidado com os portugueses: falta de transparência e a venda de ilusões permanentes, tentando criar e construir uma realidade que não corresponde à realidade que nós todos vivemos”, condenou.
Pedro Nuno Santos acusou ainda o Governo de “não ter sido sério” em temas como o preço dos combustíveis, as listas de espera de oncologia ou os números dos alunos sem professores.
A intervenção do secretário-geral do PS começou com uma citação de Luís Montenegro em setembro de 2023, então ainda como líder da oposição, quando disse que o Governo socialista “não tem sido sério” na gestão do preço dos combustíveis.
"O Governo não tem feito uma gestão séria dos preços dos combustíveis. E nós temos obrigação de o denunciar", afirmou Pedro Nuno Santos criticando "os três agravamentos fiscais no preço de combustível, feitos à sexta ao domingo, sem comunicação prévia, sem explicação ao país, pela calada".
Segundo Pedro Nuno Santos, estas atualizações da taxa de carbono "fazem com que a gasolina esteja hoje mais cara sete cêntimos e o gasóleo 7,5 cêntimos" do que estaria sem estes agravamentos fiscais.
O líder do PS afirmou ainda que estes agravamentos fiscais estão a ser feitos ao mesmo tempo que há um alívio no IRS", recordando quando os socialistas estavam no Governo e faziam os orçamentos "toda a direita tentava explicar ao país" que estavam a dar "com uma mão e tirar com duas".
"Nós ainda não ouvimos ninguém, nomeadamente do Chega ou da Iniciativa Liberal, a dizer o mesmo sobre aquilo que este Governo está a fazer: a baixar o IRS e a apagar essa redução do IRS com aumento do preço dos combustíveis", criticou.
Voltando à expressão de Montenegro, Pedro Nuno Santos insistiu que "o Governo não tem sido séria em muitas outras áreas", desde logo quando apresentou a proposta para o alívio do IRS no início da legislatura.
Outra das áreas sobre a qual o líder socialista acusou o Governo de falta de seriedade foi na saúde, que acusa de estar a piorar, mas focou-se concretamente no anúncio sobre a lista de espera para cirurgia de oncologia.
"Os pacientes deixaram de estar na lista, mas continuavam à espera", sintetizou.
Críticas também à "falta de transparência e seriedade" quanto à educação, mais concretamente sobre os números de alunos sem professor.
"O Governo, para poder apresentar uma melhoria em 2024, inflaciona de forma despudorada o número de alunos que estavam sem professor pelo menos uma disciplina. Aquilo que depois viemos todos a perceber é que a chegava a haver alunos a ser contabilizados três vezes para poderem atingir um número de 324 mil e assim dizer que há uma melhoria. Depois aquilo que nós temos é um agravamento da situação", criticou.