O mercado de trabalho da região Norte apresentou, no segundo trimestre deste ano, uma “evolução positiva” face ao trimestre anterior, revela esta o boletim da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

Segundo o Boletim Norte Conjuntura, publicado esta quarta-feira pela CCDR-N, a taxa de emprego a Norte aumentou 1,4 pontos percentuais nos meses de abril, maio e junho comparativamente ao primeiro trimestre. Também a taxa de atividade da população aumentou 0,2 pontos percentuais no período em análise.

Já comparando com o mesmo trimestre de 2022, o boletim indica que a população empregada a Norte aumentou 0,7%, “o que representou a criação líquida de 12.000 novos postos de trabalho”.

A evolução favorável foi acompanhada do aumento da taxa de emprego dos 20 aos 64 anos, que recuperou em abril, maio e junho os valores de 2022, situando-se em 77%.

Por grupos etários, a evolução da população empregada “continuou a registar trajetórias distintas” em termos homólogos: a população dos 35 aos 44 anos diminuiu 2,9%, a população dos 45 aos 54 anos diminuiu 1,3%, a população dos 25 aos 34 anos manteve-se inalterada e a população dos 16 aos 24 anos cresceu 16,9%.

Por setores de atividade, no segundo trimestre foram observadas “dinâmicas semelhantes” às do trimestre anterior: “a população empregada do Norte voltou a aumentar nos setores primário e secundário e voltou a diminuir no setor dos serviços”.

No setor primário registou-se um crescimento homólogo de 19,3%, o equivalente a 7.600 novos postos de trabalho, e no setor secundário um aumento de 3,1%, correspondente à criação líquida de 16.800 novos postos.

“O crescimento do emprego, em termos homólogos, foi transversal aos diferentes ramos do setor secundário”, refere o boletim.

O ramo da construção foi o que observou o acréscimo mais acentuado de população empregada (14.300 novos postos de trabalho), contrariamente ao ramo da educação, que registou “a maior redução homóloga (…) e que correspondeu à destruição de 30.100 postos de trabalho”.

No segundo trimestre, a taxa de desemprego a Norte diminuiu 6,4%, valor inferior em 1,2 pontos percentuais ao primeiro trimestre.

“Em termos absolutos, o número de desempregados do Norte foi, aproximadamente, de 118,9 mil pessoas, representando uma diminuição de 15,9% em relação ao 1.º trimestre de 2023 e um crescimento de 18,9% face ao mesmo período o ano transato”, lê-se no documento.

Nos centros de emprego da região estavam inscritos 110 mil desempregados, o que representou um decréscimo de 3,1% em relação ao segundo trimestre de 2022.

Comparativamente aos três meses anteriores, o desemprego observou uma redução “mais acentuada de 6,5%”.

Em termos homólogos, o desemprego diminuiu na Área Metropolitana do Porto, no Alto Tâmega e no Douro. Já o número de desempregados inscritos aumentou no Ave, Alto Minho, Tâmega e Sousa, Cávado e Terras de Trás-os-Montes.

Já quanto ao vencimento, no trimestre em análise, o salário mensal liquido dos trabalhadores por conta de outrem a Norte aumentou 1%, situando-se em 1.011 euros.

“Não obstante o aumento do salário em termos nominais, continuou a observa-se uma diminuição do poder de compra dos salários em termos reais”, destaca o boletim.